Nunca percebi o que se passa na cabeça das pessoas por detrás das distribuidoras cinematográficas portuguesas, mas, sem aviso, estes dois filmes vão diretamente para streaming, tirando-nos o prazer de os puder ver num cinema. O primeiro está disponível nos clubes de vídeo do MEO e companhia e o segundo no Disney+. Ambos merecem ser descobertos e apreciados!
No primeiro, um grupo de ricalhaços pretenciosos e insuportáveis vão a uma festa num palacete no meio do deserto algures em Marrocos; mas um dos casais atropela um nativo num acidente mortal e alguém vai ter que apagar as consequências.
O segundo passa-se na década de 80, numa cidade costeira em Inglaterra; os empregados de um gigantesco e decadente cinema, vivem os seus dramas e enfrentam os seus medos.
Para além de serem dois bons exemplos do chamado cinema de autor (olha para mim armado em intelectual), ambos têm ritmo lento, mas nunca são aborrecidos e partilham dois temas: o racismo e a solidão. No primeiro a morte do jovem indígena é descartada como algo sem importância, no segundo um negro é alvo do ódio de skinheads. Quanto à solidão, os personagens principais de ambos os filmes lidam com ela de forma diferente.
A “loucura” excessiva da festa do primeiro, contrasta com a melancolia nostálgica do segundo. Ambos são produções muito cuidadas e a fotografia do segundo é notável (foi nomeada para os Óscars). Comum aos dois é a excelência dos elencos. Em THE FORGIVEN, Ralph Fiennes demonstra continuar a ser um dos melhores actores da actualidade e Jessica Chastain não lhe fica atrás. Em IMPÉRIO DA LUZ, Olivia Colman brilha sem excessos e a seu lado Micheal Ward é uma revelação.
Dois bons filmes a não perder!
Classificação de ambos os filmes: 7 (de 1 a 10)
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