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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

RECORDAR TARZAN

Ainda se lembram do Tarzan? Aquele gajo musculado que saltava de liana em liana, andava de elefante, dava um famoso grito, tinha uma amiga chamada Cheetah, lutava com crocodilos e leões, e tornou célebre a frase “Me Tarzan you Jane”?

Pois bem, foi criado por Edgar Rice Burroughs em 1912, ano em que foi editado o primeiro romance desse então novo personagem, “Tarzan of the Apes” era o seu título. Em 1965, Burroughs publicava o seu último da série, “Tarzan and the Castaways”. No total foram 24 romances, onde Tarzan viveu mil e uma aventuras!

Claro que o cinema não ia ficar indiferente ao sucesso da série e, ainda no tempo do cinema mudo, estreia TARZAN OF THE APES com Elmo Lincoln no papel principal, a que seguiram, entre cinema e televisão, mais de 50 filmes (o último é datado 2016) tornando Tarzan um dos personagens mais frutíferos da história do cinema.

Acredito que, mais tarde ou mais cedo, Hollywood voltará ao Tarzan e confesso que adorava ver uma adaptação do “Tarzan at the Earths’s Core”. Nessa história, o nosso herói tem que lutar contra dinossauros no universo de Pellucidar, uma outra série criada por Burroughs. 











JOHNNY WEISSMULLER É TARZAN

Bem, para mim Tarzan só há um, o Johnny Weissmuller e mais nenhum! Descobri o seu universo faz já muitos anos, em 1976. Tinha então 12 anos e no extinto cinema Caleidoscópio exibiram um delicioso “Festival Tarzan” (sim, nesse tempo era possível ver filmes destes no cinema) com 5 dos mais famosos filmes do Weissmuller: A FUGA DE TARZAN, O TESOURO DE TARZAN, TARZAN EM NOVA IORQUE, TARZAN E AS AMAZONAS e TARZAN E A MULHER LEOPARDO. Nessa altura, eu era viciado em animais e tinha a mania que sabia o nome deles todos, mas era só a mania. Estes filmes, com todo a sua bicharada (mais tarde este termo veio a trazer-me outras imagens à cabeça), eram perfeitos para mim... eu até pensava em ser veterinário, mas como tinha medo dos cães, achei que não era a profissão certa para mim.














Destes filmes, o mais divertido era a sua aventura em Nova Iorque, com o clássico mergulho que Tarzan dá da ponte de Brooklyn para o rio Hudson. Mas o meu preferido foi sempre o mais negro da série, onde uma mulher leopardo semeava o terror e a morte pela selva. Mas foi um enorme prazer descobrir todos estes filmes no cinema; muitos deles voltariam individualmente ao Caleidoscópio, bem como outros títulos da série.












Episódio pessoal: Com medo de não conseguir bilhetes para ver os cinco filmes (custavam 20 escudos cada um, o que para altura não era muito barato e os meus pais viviam com algumas dificuldades) comprava sempre o bilhete para o próximo título no dia em que via o anterior. Um dia, lembro-me tão bem como se fosse hoje, saí de casa a correr para apanhar o autocarro e quando cheguei à paragem descobri que me tinha esquecido do bilhete em casa. Entrei em pânico, não tinha assim tanto tempo para chegar ao cinema, e corri de volta a casa. Peguei no bilhete e descobri que nunca iria chegar a tempo de ver o filme de início, as lágrimas vieram-me aos olhos e a minha mãe deu-me dinheiro para apanhar um táxi, que saiu quase tão caro como comprar outro bilhete. Essa foi a primeira vez que andei de táxi sozinho e, desde essa altura, confirmo sempre 20 vezes se tenho os bilhetes no bolso.

Pouco tempo depois, nas tardes de Domingo, a RTP1 passou toda a série protagonizada por Weissmuller e vi-os todos. Nessa altura a televisão ainda passava cinema a horas decentes e enchia de magia as tardes de putos cinéfilos como eu. Que saudades tenho dessas matinés!



OUTROS TARZANS

Anos mais tarde, vi outras versões do Tarzan. Uma dos anos 50 com Denny Miller como Tarzan, uma dos anos 80 onde a estrela era a boazona da Bo Derek a fazer de uma Jane que assediava sexualmente o pobre do Tarzan (Miles O’Keeffe). Infelizmente, nunca vi nenhum dos cinco títulos com Lex Barker ou dos seis com Gordon Scott; ambos reinaram no papel na década de 50. Nos anos 60, Jock Mahoney, Mike Henry e Ron Ely deram vida ao personagem, mas também não vi nenhum dos seus filmes.

Em 1984, uma versão mais séria, GREYSTOKE, A LENDA DE TARZAN, O REI DA SELVA, dava-nos um musculado, de olhar meio vesgo, Christopher Lambert como Tarzan; mas o melhor eram os macacos criados pelo mestre de maquilhagem Rick Baker; tenho que confessar que adorei quando o vi em estreia. Uma das últimas adaptações foi a versão da Disney, onde achei que as canções de Phil Collins pouco ou nada tinham a ver com o filme e, mais recentemente, o THE LEGEND OF TARZAN com Alexander Skarsård como Tarcan e Margot Robbie (sim, essa mesmo) como Jane, mas não gostei. 

A verdade é que nenhum destes captou a minha imaginação como esse Festival que vi no Cinema Caleidoscópio ou nas matinés de Domingo na RTP1!






















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