No passado fim-de-semana decidi aventurar-me pela savana africana ao encontro de um leão raivoso e por um sapal norte-americano desvendando um crime. Ambos os passeios valeram a pena.
No primeiro, A BESTA, um leão que viu a sua alcateia ser assassinada por humanos, decidi vingar-se. Sem culpa nenhuma, um pai e suas duas filhas vêem-se vítimas da atenção da “besta”. Escusado será dizer que a “besta” em questão é um leão CGI tão perfeito que facilmente se confunde com um real. É verdade que não há muita história (a conversa inicial até é para o chata), mas suspense não falta e já tinha saudades de estar “preso” à cadeira. Parabéns ao realizador Baltasar Kormákur por transformar uma história banal num bom exercício de suspense.
Já A RAPARIGA SELVAGEM tem uma excelente história (lamento, mas nunca li o livro em que se baseia) e a realizadora Olivia Newman mistura habilmente os géneros drama, romance e crime. Com paisagens convidativas ao relaxe, começa com a descoberta de um corpo que leva a que uma jovem “selvagem”, que vive sozinha no sapal, seja vista como a provável assassina. Um excelente elenco, com destaque para Daisy Edgar-Jones e David Strathairn, dá-nos uma interessante galeria de personagens que captam a nossa atenção sem esforço e, mesmo com um ritmo lento, nos levam até a um emocionante final.
É verdade que A BESTA vive de leões CGI, mas isso não faz do filme um festival de efeitos especiais, mantendo sempre as coisas dentro dos parâmetros da realidade. Já A RAPARIGA SELVAGEM fez-me recordar os velhos clássicos, onde o que contava era um boa história e personagens interessantes, algo que tem faltado numa Hollywood atrofiada de super-heróis.
Pessoalmente, recomendo o primeiro a todos os fãs de emoções fortes e o segundo aos amantes do bom cinema clássico.
A BESTA (Beast) de Baltasar Kormákur - Classificação: 6 (de 1 a 10)
A RAPARIGA SELVAGEM (Where the Crawdads Sing) de Olivia Newman - Classificação: 8 (de 1 a 10)
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