A pequena filha de Keller Dover é raptada
juntamente com uma amiga. A polícia prende um suspeito, Alex, mas sem provas
são obrigados a soltá-lo. Desesperado, Keller rapta o suspeito determinado a
fazê-lo falar; entretanto, o detective Loki continua numa busca desenfreada
pelas miúdas.
Se gostam de filmes tensos, têm aqui um bom
exemplo. Com um ambiente carregado, este thriller dramático tem uma alma muito
negra. O importante aqui não é a identidade do criminoso, que achei previsível,
mas sim as acções de todos os envolvidos, bem como o destino das vítimas. A
questão aqui é até que ponto seríamos capazes de ir para encontrar e salvar os
nossos entes queridos. Esse é o aspecto mais marcante do filme, bem como o mais
negro. A tensão, e não tanto o suspense, é constante e talvez por isso o clímax
saiba a pouco; mas ainda assim o realizador Denis Villeneuve dá-nos um forte
filme do género.
Villeneuve também se revela exímio na direcção de
actores, conseguindo boas interpretações de todo o elenco. Como Keller, Hugh
Jackman tem aqui um dos seus melhores desempenhos, tão depressa é um respeitável
pai de família, como um implacável justiceiro. Como o detective, Jake
Gyllenhaal está em boa forma; o seu personagem não é propriamente limpinho,
dando a sensação que a sua alma tem um lado negro que assenta bem na atmosfera do
filme. Como a mãe da amiga da filha de Keller, Viola Davis continua a revelar-se
uma excelente actriz e, como a esposa de Keller, temos uma convincente Maria Bello.
Como Alex e a sua tia, Paul Dano e Melisa Leo, são dois talentosos actores que,
apesar de estarem excelentes, já era tempo de mudarem de registo.
O filme dura mais de duas horas, mas o facto de não ter
dado pelo tempo passar é prova que o filme captou a minha atenção desde o início,
mantendo-me sempre interessado e tenso. Classificação:
8 (de 1 a 10)
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