A História: Tudo o que a
jovem Tonya Harding queria era ser a melhor patinadora artística do mundo e
tinha talento para isso. Infelizmente, as suas origens humildes e a sua possível
envolvência num incidente que prejudica a carreira de uma colega não a ajudam
na concretização do seu sonho.
O Filme: Acreditem ou não,
a verdade é que nunca tinha ouvido falar desta história antes de ouvir falar do
filme.
Realizada em
estilo documental por Craig Gillespie (que nos deu o delicioso LARS AND THE
REAL GIRL), o filme retrata com humor os factos de uma história que, pelos
vistos, fez correr muita tinta e tornou Tonya Harding famosa pelas razões
erradas. O eficaz trabalho de montagem de Tatiana S. Riegel dá-lhe o ritmo certo
e Gillespie consegue o equilíbrio entre as supostas entrevistas reais e as cenas
de ficção.
Em Margot Robbie,
Gillespie encontrou a actriz perfeita para o papel e quem diria que a Jane do
THE LEGEND OF TARZAN era uma actriz tão talentosa. Apesar da sua estranha
maneira de ser, um misto de bruta e frágil, ela consegue criar empatia com o público
e desejamos tanto quanto ela que o seu sonho se torne realidade. A seu lado,
Sebastian Stan (o Winter Soldier do CAPTAIN AMERICA) é excelente como o seu
marido apaixonado e abusador. No papel da mãe de Tonya, Allison Janney dá-nos
uma personagem odiosamente inesquecível, mas com sentido de humor. Como o amigo
do marido, Paul Walter Hauser é perfeitamente imbecil.
Mais que um filme
sobre Tonya, é um retrato de uma América interior, de gente pobre, inculta e “saloia”;
a América que votou em Trump para presidente. Um universo que Gillespie parece
conhecer muito bem. Não é um filme fabuloso, mas merece a vossa visita.
Classificação: 6 (de 1 a 10)
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