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quinta-feira, 16 de março de 2017

SÃO JORGE de Marco Martins

A História: Jorge é um boxeur trintão que vive na casa do seu pai, num bairro problemático de Lisboa. Tem um filho de uma emigrante brasileira, que não é muito bem vista pelo seu pai. A fim de ter uma vida melhor, arranja emprego numa empresa de cobranças difíceis.  

Os Actores: Sempre com um semblante triste, sofrido e sério, Nuno Lopes carrega praticamente todo o filme nos seus ombros e fá-lo de forma convincente. No papel da brasileira, Mariana Nunes está bem. Confesso que por vezes tive dificuldade em perceber o que ambos diziam e desejei que o filme tivesse legendas; não sei se o problema é da dicção ou do som. José Raposo como o pai e os actores que fazem de seus amigos são todos muito realistas.

O Filme: Estamos perante um retrato realista de um Portugal em crise, realizado quase de forma documental por Marco Martins. Infelizmente, não sou muito apreciador deste tipo de cinema e preciso de um pouco mais de história e ficção para me interessar pelo que estou a ver. Para além disso, os longos planos que se arrastam sem necessidade, quebram o ritmo do filme e deram-me sono (principalmente na primeira parte do filme). Também achei que as cenas de treino de boxe em nada adiantam para a história e o mesmo posso dizer sobre as conversas à mesa do pai e seus “amigos”, se bem que estas comentam com humor a situação sócio-económica do país. Não achei que o filme fosse mau e revela-nos uma Lisboa que muitos de nós desconhecemos, mas não senti nenhuma empatia com os personagens e preciso de uma história mais focada. Para mim, tudo o que se relaciona com a empresa de cobranças devia ter sido mais explorado e fez-me lembrar o 99 HOMES; mas o filme é mais sobre o que Jorge sente do que sobre essa situação. Quanto ao final, deixou-me a pensar, mas não posso revelar o que pensei sobre o mesmo.

Classificação: 4 (de 1 a 10)


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