A História: Jorge é um boxeur trintão que vive na
casa do seu pai, num bairro problemático de Lisboa. Tem um filho de uma emigrante
brasileira, que não é muito bem vista pelo seu pai. A fim de ter uma vida
melhor, arranja emprego numa empresa de cobranças difíceis.
Os Actores: Sempre com um semblante triste,
sofrido e sério, Nuno Lopes carrega praticamente todo o filme nos seus ombros e
fá-lo de forma convincente. No papel da brasileira, Mariana Nunes está bem.
Confesso que por vezes tive dificuldade em perceber o que ambos diziam e
desejei que o filme tivesse legendas; não sei se o problema é da dicção ou do
som. José Raposo como o pai e os actores que fazem de seus amigos são todos
muito realistas.
O Filme: Estamos perante um retrato realista de
um Portugal em crise, realizado quase de forma documental por Marco Martins.
Infelizmente, não sou muito apreciador deste tipo de cinema e preciso de um
pouco mais de história e ficção para me interessar pelo que estou a ver. Para
além disso, os longos planos que se arrastam sem necessidade, quebram o ritmo
do filme e deram-me sono (principalmente na primeira parte do filme). Também
achei que as cenas de treino de boxe em nada adiantam para a história e o mesmo
posso dizer sobre as conversas à mesa do pai e seus “amigos”, se bem que estas
comentam com humor a situação sócio-económica do país. Não achei que o filme
fosse mau e revela-nos uma Lisboa que muitos de nós desconhecemos, mas não
senti nenhuma empatia com os personagens e preciso de uma história mais focada.
Para mim, tudo o que se relaciona com a empresa de cobranças devia ter sido
mais explorado e fez-me lembrar o 99 HOMES; mas o filme é mais sobre o que
Jorge sente do que sobre essa situação. Quanto ao final, deixou-me a pensar,
mas não posso revelar o que pensei sobre o mesmo.
Classificação: 4 (de 1 a 10)
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