A História: Chile anos 40. O famoso poeta Pablo
Neruda, após juntar-se ao Partido Comunista, é perseguido por um inspector da
polícia determinado em prendê-lo ou mesmo matá-lo
Os Actores: Depois de NO, o talentoso Gael García
Bernal volta a ser dirigido por Pablo Larrai. O personagem do inspector, um
homem quase a roçar o imbecil e que por vezes me fez lembrar o Inspector
Closeau dos filmes da Pantera-Cor-de-Rosa, não lhe assenta muito bem e só
quando fica com um ar completamente perdido é que ele brilha. No papel de Pablo
Neruda, Luis Gnecco dá-nos um homem irritante, nada humilde e um bocado
javardo; isso não ajuda muito a simpatizarmos com a sua luta; mas provavelmente
Neruda era mesmo assim. Em termos de elenco, é Mercedes Morán, como a “mulher”
de Neruda, quem mais se destaca, roubando a atenção em todas as cenas em que
aparece.
O Filme: Este é o segundo filme de Pablo Larraín
a estrear em Lisboa este ano; o outro foi o JACKIE e, quando escrevi sobre o
mesmo mencionei o facto de o filme anterior de Larraín, O CLUBE, ser dos
melhores que vi em 2016. Infelizmente, esta biografia sobre Pablo Neruda não
está ao nível desse filme, sendo mesmo uma grande decepção. A primeira parte é
enfadonha e desinteressante... tenho mesmo que confessar que travei uma luta
inglória contra o sono. O filme só melhora na segunda parte, principalmente
quando a personagem da “mulher” de Neruda está presente. As vozes off em nada
ajudam a narrativa e falta alma ao filme. Mais do que uma simples biografia, o
filme é sobre a obsessão de um homem em apanhar outro, só que esse lado só
ganha força mais ou menos nos 30 minutos finais, principalmente na perseguição
na neve.
Classificação: 3 (de 1 a 10)
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