É verdade, não sou grande apreciador de documentários,
mas a obra do fotógrafo Sebastião Salgado tem força suficiente para me levar ao
cinema e assim lá fui ver este filme.
Ao contrário do que pensava, não se trata de um
documentário biográfico, mas sim de um trabalho sobre a sua obra artística e
esta este enche o ecrã de imagens fortes que tanto têm de belas como de
horríveis. Com a sua câmara, Salgado conseguiu captar a tragédia e o horror da
vida de milhares de pessoas, mostrando que o Homem é na realidade um ser
terrível, capaz das maiores atrocidades. A primeira parte do filme debruça-se e
prolonga-se, talvez demasiado, por esse lado negro, tornando a sua visão
pesada.
Felizmente há alguma luz neste negro universo e, indo
contra tudo e todos, Salgado deu uma volta de 180º graus na sua obra e
dedicou-se a captar a Natureza em todo o seu esplendor, bem como na recuperação
milagrosa do vale onde sempre viveu. A verdade é que, se quisermos, ainda
podemos salvar o planeta.
Não é um grande momento de cinema e as vozes monocórdicas
dos narradores não ajudam, mas vale pelas imagens e é uma excelente forma de
nos introduzir na obra de Salgado, que pode neste momento ser vista numa
exposição patente em Lisboa. Classificação:
5 (de 1 a 10)
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