Uma escola no Bronx, Nova Iorque. É o último dia de
aulas e um grupo de alunos apanha o autocarro de regresso a casa. Nessa longa
viagem revelam-se grupos, personalidades, amores e ódios.
Um retrato real e muito bem filmado por Michel
Gondry de uma geração à deriva e sem grande futuro. Gondry consegue fazer-nos
sentir como se estivéssemos dentro daquele autocarro e às vezes dava vontade de
estarmos lá, mais que não fosse para dar um par de estalos a alguns dos
chamados “bullies”. Se vão à procura de uma história, não o façam, pois aqui
temos apenas apontamentos da vida e das relações de diversos alunos. Pode-se
dizer que, conforme os grupos se vão separando, há uma certa evolução nas
personagens, mas os últimos diálogos a pender para o moralismo não me
convenceram.
Em vez de usar actores profissionais, Gondry usou
estudantes reais, conseguindo tirar deles interpretações realistas e muito
naturais. Acredito que muitos deles podem ter futuro como actores,
principalmente a jovem negra de cabeleira loira e o gay mais sensível.
Pessoalmente, gosto de filmes com história e, durante a
primeira meia-hora do filme, estava a sentir-me completamente desinteressado de
testemunhar a estupidez e o vazio da personalidade destes jovens. Mas aos
poucos e poucos fui ficando curioso e, apesar de não ter adorado o filme, acho
que Gondry conseguiu fazer algo de diferente no actual plano cinematográfico em
que se vive. Classificação: 6 (de 1 a
10)
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