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domingo, 4 de agosto de 2013

A GAIOLA DOURADA (La Cage Dorée) de Ruben Alves


Maria e José são emigrantes em Paris de França faz já muitos anos. Os seus dois filhos nasceram e foram criados em França. Ela é porteira num prédio fino e ele é pedreiro, ambos sonham em voltar para Portugal e quando menos esperam têm a oportunidade de o fazer. O problema é que ninguém quer que eles voltem para Portugal, pois todos precisam deles.

Aqui temos uma bem-disposta e despretensiosa comédia dramática que nos fala com carinho e humor da vida dos nossos emigrantes em França. Realizada por Ruben Alves, o filme fez-me lembrar clássicos portugueses como O PÁTIO DAS CANTIGAS ou O PAI TIRANO, entre outros da época. Alves demonstra um carinho especial pelos seus personagens e, apesar de usar estereótipos, consegue criar uma galeria rica e realista. Ele também consegue o equilibro certo entre a comédia e o drama, com momentos hilariantes (a inesquecível noite no hotel de luxo) e outros comoventes (o fado no restaurante).

O elenco está em estado de graça. Como Maria e José, Rita Blanco e Joaquim de Almeida são uns verdadeiros emigrantes. Como a irmã de Maria, Jacqueline Corado é muito divertida e o seu marido, Jean-Pierre Martins, tem uma língua bem portuguesa. Já Maria Vieira continua igual a si própria, mas o papel de cozinheira assenta-lhe bem. Do lado francês, Chantal Lauby é a excêntrica e hilariante mulher do patrão e Nicole Croisille a irritante francesa snob do prédio fino.

Ruben Alves captou bem a alma portuguesa e dá-nos uma das boas surpresas do ano. Num pais de emigrantes como o nosso, onde os próprios governantes nos mandam emigrar, este filme vai com certeza encontrar o seu público e ter um merecido sucesso. Um dos filmes mais divertidos do ano, que tem também um forte lado emocional. Classificação: 7 (de 1 a 10)





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