Margot é casada com Lou e aparentemente feliz nesta
relação quase infantil. Numa viagem de trabalho conhece Daniel e entre ambos
nasce uma química intensa que ameaça a vida pacata de Margot. A situação
agrava-se quando ela descobre que Daniel é seu vizinho, vivendo do outro lado
da rua.
Até agora só conhecia o trabalho de Sarah Polley como
actriz e com este filme deliciei-me com o seu trabalho como realizadora. Dá-nos
aqui uma romântica comédia dramática, que tem tanto de realista como de mágica.
Duvido que alguém não tenha vivido uma situação semelhante, independentemente
de ceder aos seus impulsos ou não, e a forma como Polley a filma é de uma
sensibilidade incrível, nunca perdendo o humor, evitando o melodramismo e fazendo-nos pensar na vida de uma
forma simples e emotiva.
O colorido intenso e a luz brilhante que rodeia as
personagens, dá ao filme um ar acolhedor e mágico; apetece viver naquelas
casas, conhecer aqueles personagens. Adorei particularmente três lindíssimas
cenas de amor entre Margot e Daniel, das melhores que tenho visto no cinema e
com a particularidade de não haver contacto físico entre os personagens. Sem
ordem específica, uma delas acontece num café enquanto “bebem” um martini,
outra numa piscina à noite e uma outra num carrossel. Esta última é quase como
que um sonho, que termina quando se acedem as luzes; fabulosa!
Michelle Williams é absolutamente espantosa como Margot;
num misto de inocência e malandrice sem maldade. Ela é a verdadeira luz deste
filme e toda a acção gira à sua volta. A química entre ela e Luke Kirby
(Daniel) é palpável e impossível de resistir. Kirby é um belíssimo exemplar do
sexo masculino e extremamente sedutor e sexy no seu papel. Como o marido, Seth
Rogen encarna na perfeição o marido que se recusa a crescer e a reparar no que
se passa com a sua mulher. Uma última palavra para Sarah Silverman que, como a
cunhada alcoólica de Margot, ameaça roubar o filme a Williams.
Uma das boas surpresas cinematográficas deste ano que
temo que, com o “barulho” dos Óscares, passe injustamente despercebida nos
nossos cinemas. Recomendado a românticos que não tenham medo de enfrentar a
realidade das nossas vidas. Um dos mais bonitos e simples filmes dos últimos
anos. Apaixonante! Classificação: 9 (de
1 a 10)
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