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domingo, 17 de fevereiro de 2013

BESTAS DO SUL SELVAGEM (Beasts of the Southern Wild) de Benh Zeitlin


Hushpuppy, é uma miúda de 6 anos que vive com o seu pai numa pequena comunidade de nome Bathtub, numa zona pantanosa praticamente esquecida pela civilização. Sem qualquer tipo de conforto, eles e os seus vizinhos vivem daquilo que os pântanos têm para lhes oferecer e nem mesmo umas terríveis cheias os afastam do seu mundo.

Este é capaz de ser um dos filmes mais estranhos que tenho visto nos últimos anos. A sua realidade nada tem a ver com o estilo de vida a que estamos habituados, o que me dificultou a minha ligação emocional com a história e os seus personagens. A primeira é simples e sem qualquer tipo de artifícios; quanto aos personagens, são rudes, um bocado histéricos e, sem sombra para dúvidas, felizes na vida que escolheram.

O que me cativou foi a atmosfera quase fantástica que envolve o filme, que por vezes roça a magia. Também a relação entre Hushpuppy e o seu pai está muito bem construída e interpretada pela pequena revelação de nome Quvenzhané Wallis (uma das nomeadas para o Óscar de Melhor Actriz) e por Dwight Henry, sendo perfeitamente credíveis as emoções que ambos vivem.

O filme tem uma das cenas mais ternas que vi nos últimos anos – a sequência no bordel. A cena final com os javalis gigantes é extremamente eficaz e adorei as “pinturas rupestres” da pequena Hushpuppy.

A partir do momento das cheias, não consegui deixar de pensar no recente THE IMPOSSIBLE e de certa forma senti que estes filmes estão relacionados, sendo este BESTAS DO SUL SELVAGEM o lado feio, brutal e anti-lamechas da tragédia.

Sem dúvida um filme interessante, com momentos de rara beleza, mas cuja assimilação não é fácil. Classificação: 6 (de 1 a 10)


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