Hushpuppy, é uma miúda de 6 anos que vive com o seu pai
numa pequena comunidade de nome Bathtub, numa zona pantanosa praticamente
esquecida pela civilização. Sem qualquer tipo de conforto, eles e os seus
vizinhos vivem daquilo que os pântanos têm para lhes oferecer e nem mesmo umas
terríveis cheias os afastam do seu mundo.
Este é capaz de ser um dos filmes mais estranhos que
tenho visto nos últimos anos. A sua realidade nada tem a ver com o estilo de
vida a que estamos habituados, o que me dificultou a minha ligação emocional
com a história e os seus personagens. A primeira é simples e sem qualquer tipo
de artifícios; quanto aos personagens, são rudes, um bocado histéricos e, sem
sombra para dúvidas, felizes na vida que escolheram.
O que me cativou foi a atmosfera quase fantástica que
envolve o filme, que por vezes roça a magia. Também a relação entre Hushpuppy e
o seu pai está muito bem construída e interpretada pela pequena revelação de
nome Quvenzhané Wallis (uma das nomeadas para o Óscar de Melhor Actriz) e por
Dwight Henry, sendo perfeitamente credíveis as emoções que ambos vivem.
O filme tem uma das cenas mais ternas que vi nos últimos
anos – a sequência no bordel. A cena final com os javalis gigantes é
extremamente eficaz e adorei as “pinturas rupestres” da pequena Hushpuppy.
A partir do momento das cheias, não consegui deixar de
pensar no recente THE IMPOSSIBLE e de certa forma senti que estes filmes estão
relacionados, sendo este BESTAS DO SUL SELVAGEM o lado feio, brutal e
anti-lamechas da tragédia.
Sem dúvida um filme interessante, com momentos de rara
beleza, mas cuja assimilação não é fácil. Classificação:
6 (de 1 a 10)
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