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domingo, 10 de fevereiro de 2013

HITCHCOCK de Sacha Gervasi


Após a estreia de NORTH BY NORTHWEST (Intriga Internacional), Alfred Hitchcock sente-se sem inspiração até que lê a novela “Psycho” de Robert Bloch e decide transformá-la no seu próximo filme. O estúdio não lhe dá apoio e ele vê-se obrigado a financiar pessoalmente o filme, contando com o apoio da sua esposa, que entretanto poderá estar a ter um caso com um amigo argumentista.

Quem diria que até o mestre Alfred Hithcock tinha dificuldades em conseguir financiamento para os seus filmes! Este é um dos assuntos desta comédia dramática sobre a produção do clássico PSICO; o outro assunto é a relação do mestre com a sua esposa Alma Reville. Ambos são tratados com humor e um bom sentido de entretenimento, dando-nos uma visão pessoal sobre esse grande senhor do cinema e das suas crises artísticas.

Não sei até que ponto os factos aqui tratados correspondem exactamente à verdade, mas isto é apenas um filme e nada mais. Teria gostado que o realizador se tivesse debruçado mais sobre a produção do filme e não perdesse tempo com os sonhos de Hitchcock com Ed Gein (o psicopata que inspirou “Psycho”), bem como dispensava as cenas entre Alma e o seu amigo argumentista. Para mim os melhores momentos são a cena do chuveiro e a sequência em que Alma vai aos estúdios enquanto o marido está doente.

Para dar vida às famosas personagens desta história, foi escolhido um elenco de luxo, aqui bem dirigido por Sacha Gervasi e, nalguns casos, excelentemente disfarçados por um eficaz trabalho de maquilhagem. Como Hitchcock, Anthony Hopkins habita fisicamente esse grande senhor, mas não nos dá umas suas melhores interpretações. Em termos físicos, a parecença física e emocional de James D'Arcy como Anthony Perkins é verdadeiramente assustadora. Scarlett Johansson é convincente como Janet Leigh e ilumina o filme com a sua espantosa luz de estrela. Mas é Helen Mirren, como Alma, que quase rouba o protagonismo aos seus colegas, dando-nos outra grande interpretação, com o balanço certo entre o drama e a comédia. Uma última palavra para Toni Collette, que é deliciosa como a assistente de Hitchcock.

Não é um novo clássico, nem sequer um grande filme. Mas segue-se com interesse e saímos do cinema bem dispostos, o que já é  de louvar. Classificação: 6 (de 1 a 10)


3 comentários:

  1. estou curiosa, o mestre é o mestre e a vida dele, como se diz, dava um filme.

    uma curiosidade, o Michael Nyman também faz parte da banda-sonora ou está no trailer por causa da Helen Mirren?

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  2. A música do filme é do Danny Elfman, não conheço a obra do Nyman a ponto de detectar se alguma música é da sua autoria.

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  3. ah. aquela música com muitas cordas que entra com o logo da FOX Searchlight é do Michael Nyman e faz parte da banda-sonora d'O Cozinheiro, o Ladrão, a sua Mulher e o Amante Dela. daí eu perguntar se era pela Helen Mirren, pelos vistos é mesmo.

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