Brandon é viciado em sexo e evita ter relações emocionais com as mulheres que seduz. Um dia a sua irmã aparece-lhe em casa e os conflitos entre os dois têm consequências irreversíveis.
Sabe bem ver um filme adulto feito para adultos; hoje em dia é uma raridade, mas acredito que há público para este tipo de cinema. Depois de nos ter dado HUNGER, o realizador Steve McQueen reencontra-se com o excelente Michael Fassbender e juntos dão-nos um retrato realista e sem “glamour” de uma geração solitária, incapaz de manter relações. Com uma eficaz montagem de Joe Walker, este filme leva-nos ao interior da vida vazia de Brandon e da sua irmã, criando uma sensação de angústia para qual parece não haver saída.
Sexualmente falando, McQueen filma as explícitas cenas de sexo (nada de hardcore, se vão à espera disso vão ficar decepcionados) com um à vontade despreocupante, não lhes dando mais importância do que a que um simples orgasmo possa ter. Aqui o sexo não é bonito, é pura e simplesmente sexual, animalesco. Uma das mais fortes cenas do filme passa-se no interior de um clube gay e demonstra bem ao ponto que o vício compulsivo por sexo leva Brandon.
Voltando a Fassbender, ele continua a provar ser um dos melhores talentos da sua geração, conseguindo transmitir todo o tipo de emoções com uma simples expressão facial. Ele é um actor tão emocional como físico e a sua interpretação aqui é brilhante. Tendo em conta o tipo de personagem que faz, não é de estranhar que os Óscares o tenham injustamente ignorado. A seu lado, Carey Mulligan continua a revelar-se uma excelente actriz e a sua doce e triste interpretação da canção “New York New York” é um dos momentos altos do filme.
Este é um daqueles filmes que nos deixa marcas e não é aconselhável a pessoas mais sensíveis. Isto é o que eu chamo de cinema adulto com A maiúsculo. Classificação: 7 (de 1 a 10)
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