Na Barbieland, a Barbie estereótipo que vive num mundo cor-de-rosa com as suas amigas Barbies e os respectivos Ken, começa a pensar na morte, aparece-lhe celulite e, horror dos horrores, fica com o pé chato. A única solução é uma viagem ao mundo real a fim de encontrar a menina que brinca com “ela” e tentar perceber qual o seu problema. Ken decide acompanhá-la e descobre uma sociedade governada por homens... com cavalos.
Confesso que pensava que ia ver uma daquelas comédias estúpidas feitas para adolescentes, não ia preparado para o humor adulto e corrosivo deste filme. Tendo em conta que os principais responsáveis por esta adaptação cinematográfica da famosa boneca são Greta Gerwig e Noah Naumbach, podia ter antecipado isso, mas ainda bem que o não fiz. Assim, tive uma agradável surpresa e fazia muito tempo que não via uma comédia tão inteligente e, por vezes, com apontamentos geniais (o final é inesquecível!). Ri com muito gosto e, apesar de haver quem acuse o filme de feminista, não me senti ameaçado na minha masculinidade e deliciei-me com os cenários fantasistas (a lembrar Oz), o guarda-roupa "piroso" e, no meio disto tudo, dei por mim a pensar nos assuntos sérios que o filme aborda.
Margot Robbie é perfeita como Barbie, mas na realidade esta atriz nunca dá um passo em falso e é das melhores e mais versáteis da sua geração. Ryan Gosling é um verdadeiro achado como Ken e, apesar de não terem grande química (acho que é propositado), fazem um dos pares mais engraçados e, principalmente, mais coloridos do ano.
Não é um filme a enaltecer a Barbie, mas sim a desconstruí-la com graça. Não sei como a Mattel foi nisto! A não perder!
Classificação: 8 (de 1 a 10)
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