A História: Doze personagens dissertam
sobre o que é a arte ou simplesmente vivem as suas vidas.
O Filme: Este filme é um
objecto estranho; não tem uma história que ligue os seus personagens, nem é um
documentário. Acho que posso dizer que é um filme intelectual, que de certa
forma crítica esse tipo de cinema e ao mesmo tempo enaltece a arte e nos dá uma
imagem realista sobre o mundo em que vivemos. Como é dito no filme, hoje em dia
vive-se demasiado depressa; no fundo, andamos todos a correr para quê?
Os sketches
(vou-lhes chamar assim) variam de interesse e qualidade, mas em todos eles Cate
Blanchett brilha como a grande e extraordinária actriz que é, revelando aqui,
de uma vez por todas, a sua espantosa versatilidade.
Para mim, os
momentos altos são os da coreógrafa, o discurso do funeral, a interminável oração
à refeição, a sala de aulas e o telejornal, com reportagem em directo do
exterior.
Com uma escolha
cuidada e perfeita de cenários urbanos desprovidos de vida, o
realizador/argumentista Julien Rosefeldt consegue fazer-nos rir, pensar,
provocar alguma sensação de mau estar, por vezes dar-nos um leve bocejo. Tudo isto
é arte.
Talvez não seja um
filme fácil, mas merece uma visita atenciosa e de mente aberta. Mais que não
seja, vão ver o filme pela fantástica Blanchett.
Classificação: 6 (de 1 a 10)
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