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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

CHAMA-ME PELO TEU NOME (Call Me by Your Name) de Luca Guadagnino

A História: Itália 1983. Férias de Verão. A família de Elio, um jovem de 17 anos, recebe em sua casa o estudante americano Oliver, que vai ajudar o pai de Elio nas suas pesquisas arqueológicas. Apesar de algum antagonismo inicial, Elio e Oliver apaixonam-se um pelo outro.


O Filme: Há filmes assim, em que tudo encaixa na perfeição e cujo resultado final fica connosco para sempre. O realizador Luca Guadagnino capta com sensibilidade uma belíssima história de amor e com nostalgia a atmosfera dos Verões da nossa juventude, de uma época em que a vida era mais simples e as mentes mais abertas.
O filme é como que uma suave brisa de Verão que nos inebria com a sua quente fotografia, com os aromas da natureza, o calor dos personagens, a banda sonora perfeita, a sensualidade à flor da pele, os apontamentos certos de humor... é um filme que nos desperta todos os sentidos e nos faz sentir apaixonados, com momentos hilariantes pelo meio, como a cena do pêssego (nunca mais vou olhar para um pêssego da mesma maneira).
Adaptando um romance de André Aciman, que não li, James Ivory tem um regresso prodigioso ao cinema, dando-nos um argumento fabuloso que combina na perfeição com a realização de Guadagnino. Não nos podemos esquecer que foi Ivory que, em 1987, nos deu MAURICE, um clássico do cinema gay.
O elenco é verdadeiramente notável. O jovem Timothée Chalamet é uma verdadeira revelação como Elio, transmitindo tudo o que um adolescente sente na descoberta da sua sexualidade, um poço de emoções em conflito, pronto a explodir em qualquer momento. A seu lado o “borracho” do Armie Hammer é muito mais que uma cara e um corpo perfeito; no “The Hollywood Repoorter” dizem sobre a sua interpretação algo que não podia ser mais acertado: “quando uma estrela se transforma em actor” e que actor! A química entre Chalamet e Hammer é tão natural como a sua sede e ambos se entregam apaixonadamente aos seus personagens. Os olhares furtivos, os toques tímidos, o desejo latente... eles são o par perfeito! A câmara também está apaixonada por eles e filma os seus corpos de forma elegante, sensual e acariciante,
Brilhante é, também, Michael Stuhlbarg como pai de Elio. Um personagem bem-disposto e que, perto do final, tem um dos mais emocionantes discursos que ouvi nos últimos anos e que me pôs a chorar. Uma verdadeira cena de antologia! Amira Casar como a sempre atenta mãe e Esther Garrel como a namorada apaixonada de Elio, também vão muito bem.
Isto é cinema de grande qualidade! Não se assustem por ser uma história de amor gay entre um puto de 17 anos e um homem de 24 anos, acreditem que é tudo filmado com cuidado, amor e um carinho puro pelos personagens. É como um poema romântico e lírico em forma de filme, inesquecível!

Classificação: 9 (de 1 a 10)






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