A História: América anos 50. Troy, um afro-americano,
cuida da sua família da melhor forma que sabe, ao mesmo tempo que se vê
obrigado a enfrentar as consequências dos seus actos extraconjugais.
Os Actores: Os actores devem adorar quando lhes dão
papéis fortes, que podem defender e interpretar com todo o seu talento. É esse
o caso do elenco deste drama. Denzel Washington, longe do seu registo habitual,
dá-nos um personagem amargo e irritante, que apetece odiar, mas de quem ao
mesmo tempo sentimos alguma pena. A seu lado, Viola Davis é simplesmente
brilhante e rouba todas as cenas em que aparece. O jovem Jovan Adepo é uma
revelação no papel do filho de ambos. Em papéis mais secundários, Mykelti
Williamson relembra-nos do seu talento no papel do irmão de Troy e Stephen
Henderson convence como o velho amigo de Troy.
O Filme: No seu regresso à cadeira de realizador,
Denzel Washington adapta ao cinema a peça de teatro de August Wilson, com a
qual ele e Viola Davis ganharam em 2010 os Tony para melhores actores
dramáticos da Broadway. O argumento foi adaptado pelo autor da peça e talvez
tenha sido esse o problema, pois achei o filme demasiado teatral na sua
estrutura. Nunca vi a peça, mas Washington filma quase como se tivesse num
palco, conseguindo criar uma sensação de claustrofobia, mesmo nas cenas ao ar
livre. Não que isso seja mau, mas acredito que funcione melhor em palco. O
texto é denso e ao princípio um bocado desinteressante, mas depois melhora e
capta a nossa atenção. Por vezes comovente, o resulto varia com o tipo de
ligação que sentirem com os personagens; pessoalmente, senti-me um mero
espectador. Acima de tudo é um filme de actores e por esse lado merece uma
visita ao cinema.
Classificação: 6 (de 1 a 10)
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