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sexta-feira, 13 de março de 2015

CHAPPIE de Neil Blomkamp

Num futuro próximo, o crime é combatido por um força policial constituída por robots. O seu criador, Deon, sonha em conseguir dar-lhes consciência e humaniza-los e, à revelia da sua chefe, dá um cérebro a um robot que é suposto ir para o lixo. Infelizmente, ele e o robot são sequestrados e as coisas complicam-se. Entretanto, um colega de Deon quer implementar o seu próprio robot e é capaz de tudo para o conseguir.

A melhor coisa que posso dizer sobre este filme é que é um objecto curioso no panorama actual do cinema de ficção-científica. A história é simples e não vive de grandes cenas de acção; tem personagens curiosos, principalmente Yolandi, e uma inocência que nos remete para a história infantil do PINÓQUIO. Aqui, Chappie é o Pinóquio, com toda a sua inocência e infantilidade e Deon, o seu sonhador Gepeto; Yolandi e o seu pequeno gang podem ser vistos como os “amigos” que levam Pinóquio para o mau caminho.  Não sei se era essa a ideia do realizador Neil Blomkamp, mas foi assim eu interpretei este filme. O contraste entre a inocência de Chappie e a violência do mundo em que vive é o aspecto mais interessante do filme, se bem que por vezes com resultados um pouco ridículos.

Todos os contos de fadas precisam de um vilão, aqui interpretado por Hugh Jackman como o colega invejoso de Deon. Infelizmente é um dos vilões menos interessantes dos últimos anos e Jackman, de quem gosto muito, exagera sem graça e sem ameaça. É uma pena que Sigourney Weaver, em modo de “cabra corporativa”, não tenha mais para fazer. Dev Patel não me convenceu como Deon, cabendo a Yo-Landi Visser a melhor personagem do filme, Yolandi. Quanto a Sharlto Copley empresta a sua voz a Chappie, tornando-o real, infantil e sonhador.

Do realizador de DISTRICT 9, cujo universo é o mesmo deste filme, esperava algo de mais interessante, mas depois do decepcionante ELYSIUM, talvez não devesse ter expectativas muito altas. Classificação: 5 (de 1 a 10)

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