WHIPLASH – NOS LIMITES (Whiplash) de Damien Chazelle

O jovem Andrew sonha vir a tornar-se um dos melhores bateristas de sempre e, quando é escolhido pelo Prof. Fletcher para fazer parte da sua banda de elite, ele mal acredita na sua sorte. Mas depressa o sonho se transforma num pesadelo, pois Fletcher obriga-os a ultrapassarem os seus limites de forma violenta, levando-os ao desespero.

Estão preparados para levarem uma forte chicotada psicológica? É isso que vão sentir a ver este intenso drama. No famoso FAME diziam que era naquela escola que, a fim de serem um sucesso, começavam “a pagar em suor”; aqui pagam em suor e sangue, correndo o risco de terem um esgotamento nervoso pelo meio. O realizador Damien Chazelle consegue prender-nos à cadeira e fazer-nos interessar por dois personagens pouco simpáticos, algo raro! Em termos de montagem, estamos perante um trabalho alucinante de Tom Cross que só por si dá vida à história; o mesmo se pode dizer dos eficazes efeitos sonoros.

J. K. Simmons é convincentemente irritante como Fletcher, dando-nos uma excelente interpretação que, justamente, já lhe valeu vários prémios e pela qual se encontra nomeado para um Óscar que dificilmente lhe será “roubado”. Mas o filme não é só dele. Apesar de se ouvir falar pouco de Miles Teller, ele é espantoso como o ambicioso/obcecado Andrew. Não sei se é ele que toca mesmo a bateria, mas fá-lo como um verdadeiro profissional, com intensa paixão e energia ilimitada; como um amigo meu disse: “Coelhinho da Duracell, estás despedido!”

Este mês de Janeiro foi frutífero em bons filmes e este é outro sério candidato à minha lista dos melhores deste ano. Duvido que ganhe o Óscar para Melhor filme, mas merecia-o! A não perder por quem goste de filmes fortes! Classificação: 8 (de 1 a 10)