Ahmad regressa a Paris a fim de assinar o seu
divórcio de Marie e esta convida-o a ficar em sua casa durante a estadia, a fim
de conviver com as suas duas filhas (fruto de um anterior casamento dela). Uma
vez aí, ele fica a saber que ela vive com um homem casado, Samir, e o pequeno
filho deste, Foaud. Entretanto a filha mais velha, Lucie, parece odiar Samir,
cuja mulher se tentou suicidar e se encontra em coma num hospital.
Na vi o anterior filme do realizador Asghar
Farhadi, UMA SEPARAÇÃO, pelo que não posso fazer comparações entre os dois. O
presente filme fez-me lembrar uma telenovela, mas mais séria do que é costume.
A história só ganha interesse a partir do meio filme e sofre de alguma falta de
emoção. É tudo demasiado sério; é como se os personagens não merecessem nem um
cheirinho de felicidade e o humor não faz parte das suas vidas. Talvez por isto
tudo não me consegui envolver emocionalmente com os personagens e achei o filme
longo e desinteressante. Todos os personagens têm dificuldade em lidar com os
outros e parecem estar sempre entalados entre duas escolhas; por exemplo, se eu
fosse a Marie não pensava duas vezes e escolhia o charmoso Ahmad, se bem que o
Samir também não é de se deitar fora.
O melhor do filme é a relação que se cria entre Ahmad e
Foaud; na realidade Ahmad é o único personagem que parece conseguir criar laços
com as pessoas com quem se cruza. Neste papel, Ali Mosaffa é convincente e
ganha a nossa simpatia. O pequeno Elyes Aguis é um achado como o eterno amuado
Foaud. Como Lucie, a bonita Pauline Burlet é o puro retrato de uma adolescente
deprimida. Nos papéis de Marie e Samir, Bérénice Bejo e Tahar Rahim vão bem, mas
não partilham qualquer tipo de química entre eles, o que retira força às suas
personagens. Classificação: 5 (de 1 a
10)
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