George Valentin é uma grande estrela do cinema mudo. Um dia conhece a jovem Peppy Miller, uma fã que sonha vir a ser uma estrela, e entre os dois faz-se faísca, mas ele é casado e nada acontece. Poucos anos depois, o som chega ao cinema e, com o fim dos filmes mudos, George cai em desgraça. Por outro lado, Peppy depressa se torna uma das novas estrelas do sonoro.
Confesso que até agora não fazia a mínima de quem eram Michel Hazanavicius e Jean Dujardin, mas a partir de agora vou estar atento a tudo o que fizerem. Este filme é um milagre, um verdadeiro sonho cinéfilo para quem sente a paixão do cinema. Hazanavicus, que realizou e escreveu esta obra-prima, é um amante do cinema e sem dúvida que viu e se inspirou nos grandes clássicos do cinema. Todos os planos são perfeitos e todos os pormenores foram minuciosamente criados; as personagens são deliciosas e maiores que a vida; a música de Ludovic Bource é uma carta de amor às grandes bandas sonoras de antigamente; a fotografia a preto-e-branco de Guillaume Schiffman é brilhante e a iluminação é espantosa; a reconstituição de época (cenários e guarda-roupa) é extremamente cuidada e a montagem de Hazanavicius e de Anne-Sophie Bion dá o ritmo certo à acção.
Quanto a Dujardin, ele é simplesmente espantoso como George Valentin. Ele consegue captar a essência de estrelas do mudo como Douglas Fairbanks ou Charles Chaplin (a sequência à mesa com o cão é inesquecível), mas fá-lo com respeito e grande talento. Este filme faz de Dujardin uma verdadeira estrela de cinema. A seu lado, Bérénice Bejo é fantástica como Peppy Miller, conseguindo misturar inocência com ambição, risos com lágrimas e ao mesmo tempo ilumina o ecrã com o seu enorme talento. Em papéis secundários, John Goodman, Penélope Ann Miller (irreconhecível), James Cromwell e Missy Pyle, enriquecem esta obra com a suas participações.
Uma inesquecível e comovente incursão pela memória do Cinema, que nos faz rir, chorar e sonhar. Muitos são os momentos de antologia, entre eles: a curta dança no estúdio em que o par está separado por uma pequena tela; Dujardin a destapar o seu quadro; a sequência de agradecimento no palco do cinema; as diversas refeições entre Dujardin e a sua esposa; Peppy a namorar com o casaco de Dujardin. Apaixonante e mágico, é sem dúvida um dos melhores filmes dos últimos anos e daqueles que deve ser visto num cinema! Classificação: 9 (de 1 a 10)
Também fui ao cinema ver este filme e gostei muito. Tanto ele como ela têm boas interpretações. Foi o primeiro filme mudo que vi no cinema e foi uma boa experiência para mim. Este filme é uma homenagem ao cinema.
ResponderEliminarEu não o vi no cinema, mas comprei o filme por 1€ em DVD.
ResponderEliminar"O Artista": 4*
O filme "O Artista" é uma lufada de ar fresco para a época em que estreou.
Mas este "The Artist" não é perfeito.
Cumprimentos, Frederico Daniel.