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quarta-feira, 14 de setembro de 2022

MOTELX 2022 - ONDE O TERROR SOUBE A POUCO

Tal como aconteceu no ano anterior, a minha estadia no Motel foi curta, apenas três noites e nenhuma delas valeu o meu tempo. 

A programação deste ano pouco ou nada me atraiu, com muito pouco Terror nos filmes programados. Confesso que sou muito “narrow minded“ quando toca ao cinema deste género, mas gosto de monstros, criaturas, demónios, aliens, espíritos, bruxas, fantasmas, coisas estranhas que não são deste mundo e mesmo psicopatas. Não tenho paciência para filmes de pseudo-terror, "intelectualices", mensagens e para o politicamente correcto. Estava à espera que filmes como HATCHING de Hanna Bergholm, CRIMES OF THE FUTURE de David Cronenberg, THEY/THEM de John Logan ou JAULA de Ignacio Tatay, passassem por lá.

É verdade, acho que a minha idade começa a pesar ou então estou a ficar mais esquisito. Mas sempre amei filmes de terror e estes começam a rarear neste Motel. Também já me cansam as confusões das sessões de abertura e encerramento (a esta não fui), bem como a “batalha” para entrar na sala, com os “espertos” a furarem as filas e os empregados a dizerem-nos “hoje, por razões de protocolo, não se pode entrar por esta sala”... que voltem os lugares marcados, a única coisa boa dos anos Covid. 

Em relação às confusões no lobby do São Jorge, acho que a organização do festival e do cinema, podiam ter mais cuidado, principalmente não atrasando as sessões e a hora de entrada nas mesmas. Sei que não deve ser fácil, mas o público merece a consideração e o respeito do MOTELX, pois sem ele não haveria festival. 

Mais uma vez, senti a falta do ambiente cinéfilo. Gostava quando o São Jorge se transformava com os cartazes dos filmes, com o “sangue” a jorrar nos WC, com pessoal mascarado a tentar aterrorizar a malta… enfim, a verdade é que não faço a mínima ideia de como se organiza um festival e, apesar da minha resmunguice, espero que o Motelx continue a existir e que volte ao que anuncia – Festival de Cinema de Terror de Lisboa. 

Quanto aos três filmes que vi, aqui ficam breves apontamentos: 

BODIES, BODIES, BODIES de Halina Reijn – pensava que era um novo slasher, mas enganei-me. Ideia interessante transformada em pseudo-terror com humor estúpido, feito para a geração TikTok. Mau, muito mau!

OCCHIALI NERI de Dario Argento – o regresso do mestre Dario Argento não foi tão mau como pensei, mas não gostei. Zero suspense e a revelação do assassino não podia ser mais desinteressante.

CRIANÇA LOBO de Frederico Serra – depois de COISA RUIM, novo filme de terror de Frederico Serra. Tem atmosfera, mas a acção arrasta-se sem emoção ou suspense. Mas foi o melhor dos três que vi. 

Para o ano há mais ou menos. Dependerá da minha disposição e da programação, mas uma coisa sei, vou evitar a sessão de abertura e de encerramento, percebo a razão de ser, mas não há paciência para tanto discurso! Isso e o mau funcionamento do ar-condicionado é que foram o verdadeiro terror desta edição do MOTELX.





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