A História: Últimos dias da
Segunda Guerra Mundial. Willi Herold é um jovem soldado alemão que é perseguido
pelos seus superiores por ter desertado. Ao fugir, encontra o uniforme de um
capitão Nazi e vestindo-o vai-se tornando, aos poucos e poucos, igual ou pior aqueles
que o perseguiam. Conhecem a expressão “o poder subiu-lhe à cabeça”? É isso que
acontece aqui.
O Filme: Estão preparados
para uma viagem crua e dura ao universo da guerra e da loucura infernal que ela
representa? Sem filtros, nem julgamentos morais, o realizador e argumentista
Robert Schwentke adapta uma história verídica ao cinema e o resultado é um
excelente filme de guerra, como nunca tinha visto.
Se pensam que é um
filme sobre a perseguição aos judeus, não podiam estar mais enganados. Este é o
lado alemão da história, quando já não havia nada a perder e se voltam uns
contra os outros, num ambiente demente e de decadência.
A fabulosa
fotografia a preto e branco fez-me por vezes lembrar o expressionismo alemão e
a brilhante montagem prende-nos da primeira à última imagem; também com um
eficaz uso de som e um elenco extraordinário.
No papel
principal, Max Hubacher é uma surpreendente revelação e, apesar de negra e imoral,
é com vontade que acompanhamos a evolução do seu personagem. Como o seu fiel e
muito calado motorista, Milan Peschel diz tudo com o seu olhar e Frederick Lau é
assustadoramente violento como Kipinski.
Schwentke não nos
poupa a nada e a cena final, na Berlim actual, recorda-nos que toda a loucura dessa
grande guerra pode acontecer outra vez. Não é um filme fácil, mas é uma das
boas surpresas deste ano!
Classificação: 8 (de 1 a 10)
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