A História: Verão. A pequena
Moonee vive com a sua mãe nos subúrbios do Disney World na Florida e passa os
dias a brincar com os seus amigos. A sua atitude rebelde e mal-educada é
herdada da sua mãe, uma mulher que vive de subterfúgios e mesmo prostituição.
O Filme: Tal como no seu
filme anterior, TANGERINE, o realizador/argumentista Sean Baker mostra-nos o
lado sujo e pobre dos Estados Unidos, mas fá-lo com realismo, sentido de humor,
carinho pelos seus personagens marginais e sem pudor.
Ao princípio,
fiquei com a ideia que ia assistir a quase duas horas de brincadeiras de
crianças irritantes e mal-educadas, mas aos poucos e poucos comecei a perceber
que o que interessa a Baker é a forte relação entre Moonee e sua mãe, o
contraste entre o mundo cor-de-rosa da Disney e a negra realidade das classes
menos favorecidas, bem como a cumplicidade protectora de Bobby, o responsável
pela manutenção do empreendimento habitacional onde Moonee vive.
Um grupo de
actores inexperientes dão vida às personagens dando-lhes um realismo que
actores profissionais nunca lhes dariam, com destaque natural para Brooklynn
Prince como Moonee e Bria Vinanite como a mãe. O veterano Willem Dafoe tem em
Bobby um papel à altura do seu talento e foi justamente nomeado para o Óscar de
Melhor Actor Secundário.
Entre o colorido
das casas e a vida cinzenta dos seus personagens, há momentos de pequena magia,
onde a imaginação de uma criança é a sua melhor amiga e o acto de partilhar um
gelado um momento alto da sua existência. Mas acima de tudo, é um filme sobre o
amor de uma mãe pela filha, por muita irresponsável que a primeira seja. Um bom
filme, crú, mas com raios de esperança e inocência.
Classificação: 7 (de 1 a 10)
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