A História: Dois jovens padres jesuítas vão até ao Japão,
na esperança de encontrarem o seu mentor, o padre Ferreira, bem como de pregarem
o catolicismo. Uma vez lá descobrem que os cristãos são perseguidos por um
inquisidor e depressa percebem que as suas próprias vidas estão em perigo.
Os Actores: Andrew Garfield convence como um jovem padre,
ingénuo e fervoroso, que acaba por pôr em dúvida a sua fé. Como o seu colega,
Adam Driver nunca pareceu tão feio, mas o importante é que não acreditei no seu
personagem. Liam Neeson, como Ferreira, dá dignidade ao seu papel. Mas são
Yôsuke Kubozuka e, principalmente, Issei Ogata que me chamaram a atenção; o
primeiro como o estranho e viscoso Kichijiro e o segundo como o quase cómico
inquisidor Inoue.
O Filme: Em 1986 estreou um filme que na altura foi
muito badalado; chamava-se THE MISSION e era sobre padres jesuítas em
território estrangeiro a lutarem pelas suas vidas e as vidas dos seus
protegidos. Um dos seus actores era Liam Neeson, que aqui volta ao tema.
Confesso que recordo pouco desse filme, pelo que não vou fazer comparações, mas
não consegui deixar de pensar nele ao ver este novo filme de Martin Scorsese.
Apesar da sua longa duração, quase 3 horas, o filme segue a bom ritmo e não se
dá pelo tempo passar. Scorsese consegue um bom balanço entre factos e ficção,
não fugindo à violência, antes pelo contrário, nem a levantar questões que
podem ser consideradas polémicas. O silêncio do título, é o silêncio de Deus em
responder às preces dos seus devotos. Mas há mais, Scorsese, também levanta a
dúvida quanto à legitimidade de a Igreja Católica tentar converter os camponeses
japoneses ao catolicismo e as consequências desse acto. Estas questões são que
tornam este drama interessante e o lado sujo e violento da história dá ao filme
um ar de veracidade que por vezes falta neste tipo de filmes. Não acho que seja
um filme espectacular, mas é um documento importante sobre uma realidade
histórica desconhecida pela maioria de nós, incluindo eu.
Classificação: 6 (de 1 a 10)
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