A História: Um homem solitário com um passado negro, Lee,
recebe a notícia da morte do seu irmão e vê-se obrigado a regressar à sua
terra. Aí fica a saber que o irmão lhe deixou a custódia do seu filho teenager,
algo que ele está com dificuldades em aceitar.
Os Actores: Casey Affleck é um daqueles actores que nunca
me convenceu. Sempre o achei igual a si próprio e pouco expressivo. Aqui
encontrou o papel perfeito e, sem mudar do seu registo habitual, dá-nos a sua
melhor interpretação e, provavelmente, poderá ganhar o Óscar, se bem que não
acho que o mereça. O meu grande problema é que não consigo sentir nenhuma empatia
com o moço e isso prejudicou a minha possível ligação emocional a este filme. Em
papéis secundários, Michelle Williams e Gretchen Mol mostram do que são capazes
e ofuscam Affleck. Quem está muito bem, é o jovem Lucas Hedges como o sobrinho
com as hormonas aos saltos.
O Filme: Numa época em que a febre dos prémios cinematográficos
começa a estar ao rubro, este é um dos títulos mais badalados do momento. O
realizador Kenneth Lonergan dá-nos um drama bem construído, que mistura
habilmente o presente com flashbacks do passado, ajudando-nos a perceber o que
na realidade se passa com Lee e a relação deste com os outros. É uma história que
toca nalguns assuntos incómodos, mas infelizmente não me senti emocionalmente envolvido
com a mesma, nem com os seus personagens; em vez de a viver, vi-a como um mero
espectador. No entanto, o filme tem duas excelentes cenas que me comoveram; sem
querer revelar muito, posso adiantar que uma delas é o encontro acidental de
Lee com a sua ex-mulher e a outra quando Lee revela ao sobrinho a decisão que
tomou quanto ao futuro de ambos. Não é o filme que eu esperava, mas tem os seus
momentos e quase de certeza que vai estar entre os nomeados aos Óscares.
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