A História: Num campo de concentração na Polónia, os prisioneiros
são obrigados a queimar os corpos dos seus compatriotas e a salvar os seus
objectos de valor para os Nazis. Um desses prisioneiros, Saul (Géza Röhrig),
salva o corpo de uma criança que ele acredita ser o seu filho e decide dar-lhe
um enterro digno.
Os Actores: No papel de Saul, Géza Röhrig carrega com o
filme nos seus ombros e fá-lo muito bem. A sua interpretação comedida, onde
apenas os seus olhos revelam alguma vida, deixa-nos na dúvida sobre a sua
sanidade mental, o que torna a sua personagem muito mais interessante. O
restante elenco cria uma realidade assustadora e, nem por um momento, duvidamos
que eles estão dentro de um campo de concentração e que nós estamos lá com
eles.
O Filme: As imagens que iluminam o ecrã do cinema são
quadradas e o facto de quase tudo ser filmado em planos fechados e close-ups
sobre Saul, cria uma sensação de claustrofobia que transborda para fora do
ecrã. Nunca em nenhum filme vi a realidade dos campos de concentração ser
mostrada de forma tão suja, confusa e diabólica. Os Nazis eram dementes e os
seus prisioneiros faziam tudo para poderem sobreviver mais um dia. A loucura, a
morte e o medo eram o dia a dia daquela gente e o realizador László Nemes
mostra-nos isso sem receio de nos chocar. Não há muito tempo vi um filme de
terror de segunda categoria intitulado FRANKENSTEIN’S ARMY, onde o tema era
também a demência dos Nazis e ambos os filmes partilham uma qualidade suja e
peganhenta que se cola a nós. Não posso dizer que tenha gostado muito do
presente filme; o seu estilo quase documental não é muito do meu agrado, mas
enquanto relato de uma realidade que muitos parecem ter esquecido ou querem
esquecer, é sem dúvida um documento importante. Mas acreditem, isto não é um
filme, mas sim um pesadelo!
Classificação: 6 (de 1 a 10)
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