América, anos
50. Margaret é uma mãe divorciada cuja carreira de pintora está estagnada. Um
dia conhece Walter Keane, um pintor, com quem acaba por vir a casar. Ao tentar
vender obras de ambos, Walter percebe que as pinturas com crianças de olhos
grandes feitos por Margaret têm potencial e, dizendo que foi ele que os pintou,
torna essas pinturas num grande sucesso comercial. Ao princípio Margaret aceita
que ele fique com os créditos, mas com o passar dos anos muda de ideias e o
caso é levado a tribunal.
Este é capaz de
ser o mais impessoal filme da carreira de Tim Burton, bem como dos mais fracos
e decepcionantes. Não há nada nele que nos remeta para o universo estranho,
mágico e excêntrico a que Burton nos habituou. Assim, temos um drama bem
filmado, mas sem coração nem alma. É tudo muito certinho, não provoca qualquer
tipo de emoção e o resultado final faz-me lembrar um telefilme insípido,
politicamente correcto em todos os aspectos.
O que mais me
custou foi ver Amy Adams, de quem sou grande fã, e Christoph Waltz a darem-nos duas
das piores interpretações da sua carreira. Adams, muito doce e frágil, não me
convenceu como Margaret. Waltz está em pleno over-acting, a ponto de se tornar
cansativo; talvez o personagem real fosse assim, mas achei que a sua
interpretação tem demasiado esgares para o meu gosto. Waltz é um excelente
actor secundário (até já ganhou dois Óscars nessa categoria), mas acho que ele
não tem perfil para actor principal.
O cinema de Tim
Burton costuma ser do meu agrado, mas desta vez não me conquistou mesmo nada.
Quanto aos quadros das crianças com olhos grandes... bem é tudo uma questão de
gosto, tal como o filme. Classificação: 3
(de 1 a 10)
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