Seis estranhos reúnem-se na casa de campo de um milionário recentemente
falecido, a convite deste. Em comum têm o facto de, numa ou outra altura das
suas vidas, se terem cruzado com a do falecido. Numa noite de álcool, droga e
roleta russa, vão ficar a conhecer-se uns aos outros e melhor a si próprios.
Acreditem, a peça não é tão séria como parece pela minha sinopse, ou mesmo
pelo cartaz; antes pelo contrário. Eric L. Da Silva escreveu um texto
engraçado, com algumas boas piadas (entre elas um possível uso para o nome do
nosso actual Presidente) e criou um grupo de personagens meio-tresloucadas. A
encenação de Rosa Villa mantém o ritmo e o interesse; gostei especialmente do
“rewind” inicial e dos “quadros” provocados pelo consumo da droga e álcool. Mas
não gostei de tudo; achei a cena da caça ao urso um pouco forçada. Quanto ao
final, soube-me a pouco e devia ser emocionalmente mais forte.
O elenco, que partilha uma grande química, parece estar a divertir-se tanto
como nós. Do lado feminino temos uma convincente e gozada Rosa Villa como a
mulher de negócios, uma delirante Sofia Nicholson como a extravagante astróloga
e Sofia Arruda vai bem como a irritante amante “aleijadinha”. Quanto aos
rapazes, temos um formal Gonçalo Oliveira cujo olhar revela possíveis segredos
partilhados com o falecido, um engatatão Hugo Costa Ramos como o “personal
trainer” que entra em “over-acting” após se injectar com esteróides (e quem é
que não entraria) e um muito divertido Eric L. Da Silva como um janado “drug dealer”
de bom coração. Uma última palavra para a engraçada intervenção de Jorge
Estreia como o falecido.
Uma hora bem-disposta e despretensiosa, interpretada por um grupo de gente
talentosa. Nos tempos que correm, sabe bem a malta divertir-se.
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