Um professor divorciado é acusado injustamente por
uma miúda de cerca de 5 anos de lhe ter mostrado a pilinha. Esta mentira toma
proporções gigantescas, destruindo a vida do professor e mudando para sempre a
sua relação com os que o rodeiam.
Mais do que um filme sobre pedofilia, temos aqui um
filme sobre a ilusória inocência das crianças. Toda a história gira em torno da
mentira de uma pequena criança, em quem todos acreditam, pois supostamente as
crianças não mentem. Nesse aspecto o filme é sem dúvida polémico e coloca-nos
uma questão, no lugar da directora da escola teríamos tomado a sua posição? O
realizador Thomas Vinterberg consegue manipular-nos, criando dentro de nós um
sentimento de revolta contra todos os que condenam o professor e no final
faz-nos sentir frustrados, pois gostaríamos que o professor tivesse uma atitude
mais agressiva contra os que o acusam. Sem querer revelar muito, achei o final
angustiante.
No papel do professor, Mads Mikkelsen dá-nos uma
interpretação sóbria e contida, que lhe valeu o ano passado o prémio de Melhor
Actor no Festival de Cannes. Como
a “inocente” criança, Annika Wedderkopp parece um pequeno anjo incapaz de
mentir, mas ao mesmo tempo tem um lado “torcido” que lhe assenta que nem uma
luva. O restante elenco é muito convincente nos seus papeis, ao ponto de termos
vontade de dar cabo deles. Classificação:
6 (de 1 a 10)
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