Mark O’Brien, devido a ter tido poliomielite quando era
pequeno, está paralisado do pescoço para baixo, mas não consegue deixar de
sonhar em ter relações sexuais com uma mulher. Contrata então uma terapeuta
sexual e assim Cheryl entra na sua vida.
Por vezes há filmes que são muito mais do que isso. Neste
caso particular, temos um verdadeiro hino à vida! Baseado numa história
verídica, tinha todas as ferramentas para ser um festival de lamechice. Felizmente,
o realizador Ben Lewin, inspirando-se na personagem real, consegue evitar os
lugares comuns do género e dá-nos um comovente e bem disposto drama. Adorei o
espírito e a contagiante alegria de viver de Mark; o seu sentido de humor é verdadeiramente
inspirador e não é de admirar que ele tenha tocado de forma positiva a vida de
todos aqueles que o rodeavam.
Como Mark, John Hawkes dá-nos uma excelente
interpretação, digna de um Óscar, mas a verdade é que infelizmente nem foi
nomeado. Apenas com o uso da voz e de um simples olhar ele habita o personagem
de forma real, fazendo-nos acreditar nos seus sonhos e no seu potencial. A seu
lado, Helen Hunt é fabulosa como Cheryl, despindo-se literalmente de
preconceitos e dando-nos um desempenho comedido e real; sabe bem ver uma
estrela comprometer-se desta maneira. Também William H. Macy, como o padre
confidente de Mark, está no seu melhor.
Um filme corajoso, que retrata um problema grave com
humor e sensibilidade. Se no fim, tal como eu, derramar uma lágrima ou duas, é
sinal que é humano. Deixem-se conquistar por Mark e vão ver que não se
arrependem. Classificação: 8 (de 1 a 10)
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