Anna, uma jovem casada, um dia apaixona-se perdidamente
por um charmoso conde e ele por ela. Tornam-se amantes e escandalizam a
sociedade da época, se bem que o marido dela é mais compreensivo do que seria
de prever. Ao mesmo tempo, um jovem agricultor deseja casar com uma jovem que
também está apaixonada pelo tal conde.
Este visualmente deslumbrante filme é o melhor da
carreira de Joe Wright. A história, mais uma adaptação do clássico romântico de
Leo Tolstoy, não é a mais valia desta obra cinematográfica. Aqui, o principal é
o conceito genial engendrado por Wright para nos contar a história. Quase toda
a acção acontece dentro de uma sala de teatro e seus bastidores, num trabalho
genial de montagem, criatividade e luxo artístico. Wright filma como se tivesse
a dirigir uma ópera, mas o filme nunca é teatral, antes pelo contrário. A forma
como tudo se move é de uma graciosidade extrema e puramente cinematográfico.
Confesso que não sou fã de Keira Knightley, mas aqui ela
está lindíssima e tem um papel que lhe assenta que nem uma luva. A seu lado
Jude Law, como o marido, e Aaron Taylor-Johnson como o amante, fazem um belo
par e convencem nos seus papéis. Como o jovem agricultor e sua pretendida,
Domhnall Gleeson e Alicia Vikanor são uma revelação (pessoalmente, acho a
história deles mais interessante que a de Anna e seus homens).
Não estamos perante uma obra superior de cinema, mas sim
perante um verdadeiro festival visual para o qual muito contribuiu a excelente
fotografia de Seamus McGarvey, a fabulosa montagem de Melanie Oliver, o
deslumbrante guarda-roupa de Jacqueline Durran e os imaginativos cenários de
Sarah Greenwood e sua equipa. Sem dúvida um dos mais bonitos, se não o mais
bonito, filmes do ano. Classificação: 7
(de 1 a 10)
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