Henry Barthes é um professor substituto que salta de
escola em escola, evitando contacto humano com os colegas e alunos. Na nova
escola onde vai leccionar, os alunos são problemáticos, os professores
impotentes e os pais ausentes, mas é aqui que ele vai sentir alguma coisa, para
o que muito ajuda uma jovem prostituta que se cruza no seu caminho.
14 anos depois do extraordinário AMERICAN HISTORY X,
chega-nos um novo filme de Tony Kaye e, mais uma vez, estamos perante um filme
poderoso e incapaz de deixar os espectadores indiferentes. Kaye mostra-nos um
mundo real, onde as novas gerações se sentem completamente perdidas e com
dificuldade em sentir alguma coisa, onde as gerações mais velhas se sentem incapazes
de os ajudar ou pura e simplesmente não querem saber ou desistiram de o fazer.
O filme é cru e brutal, conseguindo criar uma sensação de angústia que custa a abandonar-nos. Por
outro lado, também nos demonstra que há vidas bem piores que as nossas e isso
dá-nos algum reconforto.
O elenco é notável! Desde os principais aos secundários,
todos são extremamente convincentes nos seus papéis. Adrien Brody, de quem não
sou grande fã, é excelente como Henry e não me admiraria de o ver entre os
candidatos aos Óscares deste ano (se bem que o filme estreou nos “states” faz
já muitos meses). Sami Gayle é uma verdadeira revelação como a jovem prostituta
e Betty Kaye, como a aluna artística incompreendida por todos, é dolorosamente
real. Uma última palavra para o veterano James Caan, brilhante como um dos
outros professores.
No fim do filme, um amigo meu disse que o mesmo era
“assustadoramente real!” e não podia estar mais certo. Mas apesar da sua
fotografia “suja” e de ser de visão dura, este filme deve ser visto por todos,
mas principalmente por pais ausentes, professores e alunos. Uma das grandes e
mais fortes estreias deste ano! Classificação:
8 (de 1 a 10)
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