Como já disse, nos meses de Verão era fácil poder descobrir-se clássicos do
cinema nas salas de cinema de Lisboa. Para além das habituais reposições, as
sessões da meia-noite eram muito variadas e ainda havia as chamadas salas de
reprise (onde os filmes estavam em exibição um ou dois dias). Os três títulos
foram vistos no prazo de um mês, em 1978.
SHANE de George Stevens – na altura em que o vi, ficou como sendo um dos
melhores westerns que tinha visto até então e ainda hoje o tenho em boa
consideração. Um desconhecido, Shane, chega a uma pequena terriola e trava amizade com uma simpática
família; quando esta é ameaçada pelos maus da fita, Shane revela a sua
verdadeira identidade. O filme era uma bonita história de amizade e amor, com
um bom elenco a dar vida às personagens.
A LESTE DO PARAÍSO de Elia Kazan – numa sessão da meia-noite do extinto
cinema City, vi pela primeira vez o lendário James Dean e logo naquele que eu viria a considerar o seu melhor filme. Dois irmãos rivalizam entre si pela aprovação do
pai e pelo amor de uma simpática jovem, mas um terrível segredo paira sobre
esta família. O filme é um daqueles dramas como só Hollywood sabia fazer e
recordo-me de ter chorado a vê-lo. Quanto ao James Dean, percebi perfeitamente
o seu charme e a razão porque provocou tantas paixonetas, tanto a mulheres como
a homens.
SOMBRAS BRANCAS de Nicholas Ray – na imensidão de um dos Pólos (e não estou
a falar do poliló) assistimos ao confronto entre a civilização moderna e a
cultura dos esquimós. Deste filme o que retive foi a imensidão branca da neve
no écran gigante do Império. Tenho uma vaga ideia de a história envolver um crime e de um “branco” se apaixonar por uma
esposa esquimó.
Deixo-vos aqui cartazes da estreia dos três filmes, bem como o de duas
reposições do SOMBRAS BRANCAS.
O filme analisa as diferenças culturais entre o chamado mundo civilizado e a comunidade esquimó.
ResponderEliminarÉ dramatizada a incompreensão dum indivíduo esquimó após ter sido condenado pelo assassínio de um missionário, por este se ter negado a aceitar a oferta para dormir com a sua mulher.
O esquimó considerou ofensiva a recusa, já que, ela resultou da grande consideração que ele nutria pelo missionário. Ao ser escusado tão ''nobre'' oferecimento, a atitude revelou-se extremamente ofensiva e assim sendo, segundo os valores éticos e morais do ''povo no gelo'', tal afronta só poderia ser redimida com a morte do missionário.