Numa pequena ilha italiana, uma família de pescadores tenta sobreviver da
pesca e do turismo. Um dia cruzam-se no mar com uma pequena embarcação
sobrelotada de refugiados africanos e alguns destes nadam até ao seu barco. Um
dos refugiados é uma mulher grávida e o seu filho, a quem os pescadores, indo
contra a lei, decidem dar guarida por uns dias.
O mar, com a sua grande imensidão, assombra a vida de todos os personagens
deste drama italiano. Todos vivem em função dele e do que este lhes pode
trazer. É verdade que a história custa a arrancar, mas quando o faz depressa
nos sentimos envolvidos na realidade daquelas vidas e é impossível ficarmos
indiferentes aos acontecimentos a que assistimos. O talentoso elenco, onde se
destaca Donatella Finocchiaro como a mãe do protagonista, de caras pouco
conhecidas dá veracidade à história.
Na sequência mais forte do filme, um grupo de refugiados tenta subir para
um pequeno barco, qual zombies à procura de comida, cujo dono é forçado a
agredi-los a fim de sobreviver. Noutra cena, a humanidade dos turistas da ilha
é posta à prova de forma dramática. A realidade é triste, mas mesmo no meio
desta tristeza o realizador Emanuele Crialese consegue criar alguns momentos de
rara beleza (a mãe sentada à porta da garagem à apanhar um pouco de sol) e não
descura o humor.
No final, sentimo-nos impotentes perante a crua realidade da vida de todos
aqueles refugiados e sentimos que, em vez de passarmos o tempo descontentes com
as nossas vidas, devíamos dar graças a Deus de não termos nascido do lado
errado da vida. Classificação: 6 (de 1 a 10)
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