Dinamarca ,1767. Uma princesa inglesa, Caroline,
casa com o rei da Dinamarca, Christian. A aparente loucura do rei leva-a a
afastar-se dele, enquanto ele não passa de um fantoche nas mãos dos políticos.
Um dia, o Dr. Struensee, um Iluminista, é contratado como o novo médico pessoal
do rei e entre os dois nasce uma forte relação de amizade e confiança. Entretanto
o médico e a rainha apaixonam-se um pelo outro, ao mesmo tempo que a influência
dele sobre o rei ameaça mudar de forma drástica o rumo da Dinamarca.
Com um pouco mais de duas horas, este drama
histórico arrasta-se por vezes, mas a excelência das interpretações e a
interessante história (que confesso que desconhecia, mas a verdade é que nunca
fui muito dado a História) mantiveram-me interessado até ao final. Ao ver o
filme não conseguia deixar de pensar que toda a vida houve sempre entraves à
mudança, mas que graças a meia dúzia de personagens corajosas a sociedade foi
evoluindo para melhor. Uma das coisas que mais me irritou, é a forma como o
povo se volta contra as mudanças para melhor, é como se preferissem ser
subjugados a pensarem por si.
O realizador Nikolaj Arcel consegue dar-nos uma boa
recreação de época, não demasiado limpinha, e cativar-nos com os seus
personagens. No papel do rei, Mikkel Boe Følsgaard é uma verdadeira revelação e
rouba a atenção sempre que está presente. Como o médico, Mads Mikkelsen dá-nos
a sua habitual sóbria e convincente interpretação. Alicia Vikander, que já
tinha captado a minha atenção em ANNA KARENINA, habita a rainha com toda a sua
beleza, inocência e porte altivo. Uma última palavra para Trine Dyrholm, que é
excelente como a “má da fita”.
Saí do cinema a pensar que, apesar de todas as vitórias
alcançadas para a evolução do mundo, caminhamos assustadoramente para um nova
idade das trevas. Espero que filmes como este nos ajudem a abrir os olhos e a não
deixar que isso aconteça. Classificação:
6 (de 1 a 10)
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