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quinta-feira, 28 de março de 2013

UM CASO REAL (En Kongelig Afære) de Nikolaj Arcel


Dinamarca ,1767. Uma princesa inglesa, Caroline, casa com o rei da Dinamarca, Christian. A aparente loucura do rei leva-a a afastar-se dele, enquanto ele não passa de um fantoche nas mãos dos políticos. Um dia, o Dr. Struensee, um Iluminista, é contratado como o novo médico pessoal do rei e entre os dois nasce uma forte relação de amizade e confiança. Entretanto o médico e a rainha apaixonam-se um pelo outro, ao mesmo tempo que a influência dele sobre o rei ameaça mudar de forma drástica o rumo da Dinamarca.

Com um pouco mais de duas horas, este drama histórico arrasta-se por vezes, mas a excelência das interpretações e a interessante história (que confesso que desconhecia, mas a verdade é que nunca fui muito dado a História) mantiveram-me interessado até ao final. Ao ver o filme não conseguia deixar de pensar que toda a vida houve sempre entraves à mudança, mas que graças a meia dúzia de personagens corajosas a sociedade foi evoluindo para melhor. Uma das coisas que mais me irritou, é a forma como o povo se volta contra as mudanças para melhor, é como se preferissem ser subjugados a pensarem por si.

O realizador Nikolaj Arcel consegue dar-nos uma boa recreação de época, não demasiado limpinha, e cativar-nos com os seus personagens. No papel do rei, Mikkel Boe Følsgaard é uma verdadeira revelação e rouba a atenção sempre que está presente. Como o médico, Mads Mikkelsen dá-nos a sua habitual sóbria e convincente interpretação. Alicia Vikander, que já tinha captado a minha atenção em ANNA KARENINA, habita a rainha com toda a sua beleza, inocência e porte altivo. Uma última palavra para Trine Dyrholm, que é excelente como a “má da fita”.

Saí do cinema a pensar que, apesar de todas as vitórias alcançadas para a evolução do mundo, caminhamos assustadoramente para um nova idade das trevas. Espero que filmes como este nos ajudem a abrir os olhos e a não deixar que isso aconteça. Classificação: 6 (de 1 a 10)


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