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domingo, 21 de setembro de 2014

JERSEY BOYS de Clint Eastwood

Entre dramas familiares, amizades complicadas, a sombra da mafia e sucessos musicais, esta é a história de quatro jovens de New Jersey, quase condenados a uma vida crime, que formam um grupo musical nos anos 60 e tornam-se nos famosos Four Seasons.

Em Outubro de 2005 estreou na Broadway um musical baseado na vida de Frankie Valli e os Four Seasons, onde as suas canções serviam de pano de fundo à acção, que depressa se transformou num grande e longo (ainda está em exibição) êxito. Vi-o ao vivo em Londres há uns atrás e, apesar de não ser dos melhores musicais que já vi, era uma excitante festa de música pontuada com momentos dramáticos.

Agora chega-nos a adaptação cinematográfica desse musical pela mão do veterano Clint Eastwood. Infelizmente, Eastwood parece estar mais interessado no lado mafioso da história do que na música. Estou habituado a que Eastwood nos dê filmes onde as emoções são fortes, mas decididamente ele não está vocacionado para este género cinematográfico (nos anos 60 foi um dos actores do fracasso OS MARIDOS DE ELIZABETH, baseado num western musical da Broadway). Ao contrário de NUM OUTRO TOM, que também estreou esta semana, este filme não tem estrutura de musical e as músicas são pouco mais que pano de fundo para o que se vai passando. A realização é pesada, demasiado séria e apenas no artificial final (já com o genérico a passar) o filme se transforma num musical e o elenco parece divertir-se. Falta-lhe o excitamento do original de teatro.

Para os papéis principais, Eastwood optou, com excepção de Vincent Piazza como Tommy DeVito, por escolher actores que já tinham feito a peça na Broadway. Entre eles, John Lloyd Young que criou o personagem de Frankie Valli no original da Broadway e que ganhou o Tony, bem como outros prémios, para Melhor Actor. No filme a sua interpretação deixa um bocado a desejar; ele tem a voz certa, mas é um bocado canastrão. Erich Bergen e Michael Lomenda, como Bob Gaudio e Nick Massi, são melhores; bem como Mike Doyle como Bob Crewe. Mas em termos de interpretação o filme pertence ao já mencionado Piazza; o seu Tommy é irritante ao ponto da exaustão. Como um mafioso, Christopher Walken não tem muito para fazer, bem como as “meninas” do filme.

Antes de terminar, tenho que confessar que me senti embaraçado com o péssimo trabalho de maquilhagem que transforma os actores nas suas versões mais velhas. Como é possível fazer-se um trabalho tão mau? Estranhamente, o personagem de Bob Crewe (o verdadeiro morreu há uns dias atrás) não envelheceu como os outros. Para um apaixonado por musicais como eu, este filme é uma grande decepção. Classificação: 4 (de 1 a 10)


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