P. L. Travers, a autora de “Mary Poppins”, viaja até
Hollywood a convite de Walt Disney, com o intuito de ele a convencer a
ceder-lhe os direitos da obra. Travers revela-se uma mulher arrogante, infeliz
e com muito pouca vontade de deixar Disney fazer o que quer com a sua
personagem.
Há uma canção no musical SWEET CHARITY intitulada “I Love
to Cry at Weddings”, pois eu adoro chorar a ver filmes, principalmente quando
são lágrimas de felicidade. Chamem-me lamechas que eu não me importo. Neste
delicioso filme há uma sequência mágica que me pôs a chorar. Durante o processo
de criação do argumento de MARY POPPINS, os irmãos Sherman (os compositores da
música desse filme) e o argumentista cantam para Travers a canção “Let’s Go Fly
a Kite”, quando menos se espera ela deixa-se contagiar e tem um momento de pura
felicidade. Adorei!
Para dizer a verdade adorei tudo o que tem a ver com a
relação de Travers com Disney e sua equipa, bem como com o motorista. Hancock
imprime simplicidade e humor, tornando as relações entre os personagens muito
humanas. Infelizmente existem aqui dois filmes, o relacionado com o Disney e o
outro que tem a ver com a infância de Travers. Estas partes têm a sua magia,
mas acabam por se tornar demasiado longas, desequilibrando o resultado final. A
presença de Colin Farrell como o pai de Travers também não ajuda; o rapaz é
muito giro, mas é por vezes um canastrão. Mas mesmo assim, acho que este é um dos
melhores filmes do ano.
Não consigo perceber como é que Emma Thompson não foi
nomeada para o Óscar de Melhor Actriz; ela é absolutamente espantosa e é um
prazer vê-la a defender um personagem tão rico. Percebe-se que ela deve ter
adorado todos os momentos. Tom Hanks é excelente como Disney, mostrando-o como
um homem de bom coração bem como um grande manipulador; adorei essa dualidade.
Gostei de ver Paul Giamatti, o motorista de Travers, a fazer um papel simpático
para variar. Também Bradley Whitford, B. J. Novak e Jason Schwartzman, são
convincentes como a alegre equipa criativa de MARY POPPINS Uma última palavra
para uma interessante Rachel Griffiths como a tia que inspirou a personagem
Mary Poppins.
Pessoalmente adorava que este filme estivesse na corrida
aos Óscars, pois seria o meu preferido. Mas não deixem que o facto de só ter
uma nomeação os afaste de ir ver o filme, pois arriscam-se a perder algumas das
melhores interpretações do ano. Classificação:
8 (de 1 a 10)
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