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domingo, 28 de abril de 2013

TRANSE (Trance) de Danny Boyle


Simon trabalha numa agência de leilões e durante uma sessão esta é assaltada. Simon tenta salvar o quadro valioso em leilão, mas é interceptado por um dos ladrões e leva uma pancada na cabeça, perdendo parte da sua memória. Depressa descobrimos que ele fazia parte do grupo de criminosos, o problema é que ele conseguiu esconder o quadro antes de ser interceptado e agora não se lembra onde o escondeu. Desesperado, o grupo obriga-o a ser consultado por uma médica especializada em hipnose.

O realizador Danny Boyle volta ao género com que se estreou no cinema, o thriller, dando-nos um filme interessante mas confuso. Todos os personagens têm uma “agenda” secreta e não se pode dizer que haja culpados e vítimas entre os mesmos; as suas personalidades não são nem negras nem brancas, mas sim de vários tons de cinzento. A partir do momento que entramos nas sessões de hipnose de Simon, deixa de ser possível distinguir o que é real ou irreal; só no final é que as coisas fazem sentido e isso é o melhor do filme.

Todos sabemos que Boyle sabe filmar violência e aqui volta a fazê-lo sem receios de qualquer espécie, por isso esperem cenas fortes. Visualmente o filme também é um bocado confuso. As casas dos personagens principais estão cheias de espelhos e paredes de vidro, que ajudam a criar um ambiente de artificialidade que propositadamente nos baralha.


Numa mudança de registo, James McAvoy é excelente como o desequilibrado Simon. Como a psicóloga, Rosario Dawson tem aqui o melhor papel da sua carreira. Quanto a Vincent Cassel, como o chefe do grupo de criminosos, faz e bem aquilo a que nos tem habituado; na cena em que ele leva com um extintor na cabeça, acho que Boyle nos está a dar uma piscadela de olho cinéfila (“Irréversible”).

O filme levanta uma questão inquietante, até que ponto é que somos todos manipulados e manipuladores? Será que temos consciência disso? Se calhar a mensagem deste thriller é que a vida é algo de artificial e isto nem pareço eu a escrever. Classificação: 6 (de 1 a 10)





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