Os nomeados para os Oscars continuam a chegar aos nossos cinemas e na último fim-de-semana vi dois deles. Ambos retratam casos de guerra; um leva-nos de volta à Primeira Grande Guerra e o outro à eterna guerra dos sexos.
1917 de Sam Mendes - Classificação: 9 (de 1 a 10)
A fim de evitar uma emboscada, onde podem morrer cerca de 1600 soldados, dois soldados têm um prazo limitado para levar uma mensagem à “frente” e assim salvar as vidas de aqueles homens, tendo para isso que atravessar o terreno hostil do inimigo.
Isto é o que eu chamo de cinema de autor e é o melhor filme de Sam Mendes desde o seu AMERICAN BEAUTY (1999). De uma grande beleza plástica, que contrasta com a realidade crua e suja da guerra, o filme leva-nos numa viagem emocionante, por vezes quase épica, pelos campos de batalha onde as vidas humanas são pouco mais que “carne para canhão”.
Em termos técnicos o filme é perfeito. A fotografia é simplesmente fabulosa e a sequência nocturna na cidade em ruínas é simplesmente fantástica e só me fazia lembrar o expressionismo alemão com o seu genial jogo de sombras.
Nos papéis principais, os pouco conhecidos George MacKay e Dean-Charles Chapman dão credibilidade aos seus personagens e MacKay carrega praticamente todo o filme nos seus ombros. Em papéis muito secundários, actores conhecidos como Colin Firth, Mark Strong e Benedict Cumberbatch dão pedigree ao elenco.
Sem dúvida um dos grandes filmes do ano e um dos melhores filmes de guerra que vi até hoje! A não perder!
BOMBSHELL – O ESCÂNDALO (Bombshell) de Jay Roach- Classificação: 6 (de 1 a 10)
Uma pivot da Fox News decide denunciar o sei chefe, Roger Ailes, por assédio e acaba por conseguir convencer outras a fazer o mesmo, numa batalha contra o poder masculino e a forma como tratam as mulheres.
Isto é o que eu chamo um filme de actrizes. Charlize Theron, Nicole Kidman e Margpt Robbie estão óptimas e Theron parece uma verdadeira pivot; mas para mim, é Robbie quem mais brilha. Esta jovem atriz é um verdadeiro camaleão, neste caso terei que dizer “camaleona”. No papel de Ailes, John Lithgow também está no seu melhor.
Quanto ao filme, é quase documental. A história é verdadeira, o que justifica a abordagem factual por parte do realizador Jay Roach, mas falta-lhe carga emotiva, é tudo um bocado frio e distante. É no entanto interessante e triste pensar que isto tipo de coisas ainda acontece nos dias de hoje. É como se as mulheres continuassem a ser vistas como pessoas de segunda categoria e, mais grave, como é perceptível no filme, algumas parecem não se importar muito com isso.
O filme vale pelo elenco e de chato não tem nada.
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