Etiquetas

sábado, 26 de janeiro de 2013

DJANGO LIBERTADO (Django Unchained) de Quentin Tarantino


Texas, anos antes da guerra civil que libertou os escravos negros. Django é um escravo que é resgatado por Schultz, um caçador de recompensas. Entre os dois cria-se uma relação de amizade e respeito, que leva Schultz a ajudar Django na sua missão de encontrar e salvar a sua amada Broomhilda von Shaft.

Antes de começarem a ler a minha opinião, tenham em mente que nunca fui um grande fã de western, apesar de ter visto alguns que eram mesmo muito bons, e que a minha experiência com o western-spaghetti não é muito rica.

Repararam no apelido da apaixonada de Django? Shaft. Este é uma das muitas referências ao cinema dos anos 60/70, nomeadamente o western-spaghetti e o blacksploitation,  que se podem encontrar no novo filme de Tarantino. Uma vez mais, este realizador pega num género clássico, o western, e diverte-se a brincar com ele ao mesmo tempo que respeita as suas regras. Confesso que esperava melhor, mas mesmo assim diverti-me, mas de certeza não tanto como Tarantino.

A história não é muito melhor do que a das séries B do género, mas os diálogos são definitivamente melhores e mais divertidos. Também o nível de interpretação é superior à desses filmes. Em comum tem o lado sujo, violento e sangrento das produções “made in Italy”. Mas o que eu mais gosto é do humor e, nesse campo, a sequência do Ku Klux Kan é um dos momentos altos, bem como a entrada em cena de Schultz e o destino surpreendente do próprio Tarantino.

Jamie Fox vai bem como Django (até tem a bênção do Django original, Franco Nero, numa cena feita a pensar nos cinéfilos), mas é quase eclipsado pelos secundários. Schultz é sem dúvida uma extensão, menos mázinha, da personagem que Christoph Waltz interpretava em INGLOURIOUS BASTERDS e o resultado é mais uma interpretação deliciosamente requintada deste grande actor. Leonardo DiCaprio, como um dos maus da fita, soma mais um grande desempenho à sua carreira. Por fim, temos um quase irreconhecível Samuel L. Jackson que é brilhante como o retorcido e racista criado favorito de DiCaprio. Do resto do elenco fazem parte algumas caras veteranas do cinema e da televisão dos anos 60/70, só temos que estar atentos para descobrir Robert Carradine, Tom Wopat, Michael Parks, Don Johnson, Bruce Dern e outros.

É uma pena que a história não nos reserve nenhumas surpresas e seja previsível, mas acredito que Tarantino conseguiu aquilo que desejava, apenas acho que não necessitava de quase três horas para nos contar a história. No género prefiro THE QUICK AND THE DEAD de Sam Raimi, com Sharon Stone e, curiosamente, Leonardo DiCaprio. Classificação: 6 (de 1 a 10)


Sem comentários:

Enviar um comentário