Os Actores: É refrescante ver um filme onde o que mais
interessa é o trabalho dos actores e nesse aspecto este filme é infalível. Os
actores estão em estado de graça, dirigidos com carinho e emoção pelo olhar
atento de Michael Grandage. Colin Firth é perfeito como o calmo e sensível Max,
a seu lado Jude Law é um furacão como Thomas. Faz muito tempo que Law não
estava tão bem e digo mesmo que a sua interpretação “maior que a vida” é das
melhores de toda a sua carreira. Nicole Kidman brilha como a amante de Thomas;
uma verdadeira diva ao nível das grandes actrizes da época de ouro de Hollywood.
A Laura Linney, como a esposa de Max, calhou a personagem menos cativante do
filme, mas ela dá-lhe dignidade e a sua presença é notada. Guy Pearce também
convence como o amargurado Scott Fitzgerald. Adorava ver Jude Law e Nicole
Kidman na próxima corrida aos Óscares, pois ambos merecem pelo menos serem
nomeados.
O Filme: Para a sua estreia na cadeira de realizador,
Michael Grandage escolheu uma interessante história verídica e transformou-a
numa carta de amor ao cinema clássico de Hollywood. Tal como nessa época, o que
interessa aqui são os personagens, a história e os diálogos. Não há explosões,
nem perseguições, nem pretensiosismos. O excelente trabalho de fotografia de
Ben Davis dá ao filme a atmosfera dos grandes clássicos; o argumento de John
Logan é literário e poético, mas nunca aborrecido; e Grandage é sem dúvida um
apaixonado pelos clássicos de Hollywood. Muitos são os momentos brilhantes,
como a última cena de Kidman, a sequência no jazz club ou a do regresso de
Wolfe aos Estados Unidos. O filme é um retrato emocional de uma época onde os
génios eram maiores que a vida e que nos prende à cadeira com o simples poder
da magia cinematográfica. Um dos melhores filmes que vi este ano e que aconselho
a quem goste de bom cinema!
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