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domingo, 16 de novembro de 2014

NIGHTCRAWLER – REPÓRTER NA NOITE (Nightcrawler) de Dan Gilroy


A vida de Louis Bloom parece não ter rumo e ele está desesperado por um emprego. Por acidente, descobre que poderá ganhar a vida filmando acidentes e crimes, vendendo depois as imagens a uma rede de televisão. Depressa se apercebe que encontrou o seu destino!

Lembram-se dos filmes dos anos 70, como por exemplo TAXI DRIVER ou O COWBOY DA MEIA-NOITE? Pois na sua estreia como realizador, o argumentista Dan Gilroy (THE BOURNE LEGACY) leva-nos de volta a uma época em que os filmes eram feios, porcos, mas bons. Este thriller é um objecto fascinante do princípio ao fim, conseguindo criar empatia entre nós e o amoral Louis Bloom. Ao contrário do que acontecia no já mencionado TAXI DRIVER ou no mais recente DRIVE, as acções de Bloom não são motivadas por nenhuma boa razão. Ele alimenta-se, como um parasita, da desgraça alheia; para ele não existe qualquer tipo de limites e consciência pesada é algo que ele desconhece.

O argumento é brilhante, recheado de diálogos deliciosos, cínicos, sarcásticos e de um humor muito negro. A filosofia de vida de Bloom, por muito retorcida que seja, faz todo o sentido e tem uma lógica inteligente que seduz e convence.

No papel de Bloom, Jake Gyllenhaal, que este ano já nos tinha surpreendido em O HOMEM DUPLICADO (Enemy),  tem o melhor papel da sua interessante carreira, revelando mais uma vez ser um dos melhores actores da sua geração. A forma como ele apaga quaisquer indícios de si próprio e se transforma neste personagem é digna de um Óscar; ele é verdadeiramente hipnotizante! A seu lado, Rene Russo, como a ambiciosa produtora de notícias de um canal de televisão, é simplesmente fabulosa; se ela não conseguir pelo menos uma nomeação para o Óscar de melhor actriz secundária, não há justiça neste mundo.

As cenas entre Gyllenhaal e Russo têm uma tensão sexual tão forte, que até nos esquecemos que eles mal se tocam. A química entre os dois é instantânea e enche o ecrã com uma força impossível de resistir.

Como já devem ter percebido, adorei o filme! Gilroy dá-nos um filme sujo, sem qualquer tipo de moralismo e a direcção de actores é brilhante. Do que é que estão à espera, corram até ao cinema e vejam um dos melhores filmes do ano! Uma experiência revigorante! Se a Academia de Hollywood tivesse tomates, este seria o grande vencedor dos Óscares deste ano. Classificação: 9 (de 1 a 10)






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