A vida de Louis
Bloom parece não ter rumo e ele está desesperado por um emprego. Por acidente, descobre
que poderá ganhar a vida filmando acidentes e crimes, vendendo depois as
imagens a uma rede de televisão. Depressa se apercebe que encontrou o seu
destino!
Lembram-se dos
filmes dos anos 70, como por exemplo TAXI DRIVER ou O COWBOY DA MEIA-NOITE?
Pois na sua estreia como realizador, o argumentista Dan Gilroy (THE BOURNE
LEGACY) leva-nos de volta a uma época em que os filmes eram feios, porcos, mas
bons. Este thriller é um objecto fascinante do princípio ao fim, conseguindo
criar empatia entre nós e o amoral Louis Bloom. Ao contrário do que acontecia
no já mencionado TAXI DRIVER ou no mais recente DRIVE, as acções de Bloom não
são motivadas por nenhuma boa razão. Ele alimenta-se, como um parasita, da
desgraça alheia; para ele não existe qualquer tipo de limites e consciência
pesada é algo que ele desconhece.
O argumento é
brilhante, recheado de diálogos deliciosos, cínicos, sarcásticos e de um humor muito
negro. A filosofia de vida de Bloom, por muito retorcida que seja, faz todo o
sentido e tem uma lógica inteligente que seduz e convence.
No papel de
Bloom, Jake Gyllenhaal, que este ano já nos tinha surpreendido em O HOMEM
DUPLICADO (Enemy), tem o melhor papel da
sua interessante carreira, revelando mais uma vez ser um dos melhores actores
da sua geração. A forma como ele apaga quaisquer indícios de si próprio e se
transforma neste personagem é digna de um Óscar; ele é verdadeiramente
hipnotizante! A seu lado, Rene Russo, como a ambiciosa produtora de notícias de
um canal de televisão, é simplesmente fabulosa; se ela não conseguir pelo menos
uma nomeação para o Óscar de melhor actriz secundária, não há justiça neste
mundo.
As cenas entre
Gyllenhaal e Russo têm uma tensão sexual tão forte, que até nos esquecemos que
eles mal se tocam. A química entre os dois é instantânea e enche o ecrã com uma
força impossível de resistir.
Como já devem
ter percebido, adorei o filme! Gilroy dá-nos um filme sujo, sem qualquer tipo
de moralismo e a direcção de actores é brilhante. Do que é que estão à espera,
corram até ao cinema e vejam um dos melhores filmes do ano! Uma experiência
revigorante! Se a Academia de Hollywood tivesse tomates, este seria o grande
vencedor dos Óscares deste ano. Classificação:
9 (de 1 a 10)
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