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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MEIA-NOITE EM PARIS (Midnight in Paris) de Woody Allen


Gil é um argumentista de Hollywood a tentar escrever um romance, que vai passar uns dias a Paris com a sua noiva e os pais desta. Enquanto ela passeia e convive com um casal de amigos muito cultural (leia-se pedante), ele decide aventurar-se sozinho pela noite parisiense e acaba por ser transportado para a Paris do anos 20, uma experiência que vai mudar para sempre a sua vida.

Há muito tempo que não me dava tanto gozo ver um filme de Woody Allen e este é, sem sombra de dúvida, um dos seus melhores trabalhos. O argumento tens rasgos de genialidade (a cena com Salvador Dali é de antologia) e há muito tempo que Allen não estava tão inspirado. Acho que posso dizer que este filme é um parente próximo do fabuloso THE PURPLE ROSE OF CAIRO e, tal como acontecia nesse filme, o melhor são as sequências passadas no mundo “irreal”. Nesse mundo, encontramos um grupo de personagens fascinantes, que marcaram uma geração, e que aqui são como que comida para o génio de Allen.

Confesso que até hoje sempre achei o Owen Wilson um actor irritante e sem graça, mas como Gil ele surpreendeu-me e fez-me mudar a opinião que tinha a seu respeito. A seu lado, a talentosa Marion Cotillard está mais bonita do que nunca e a sua feminilidade é intoxicante; os anos 20 ficam-lhe a matar. O elenco é no todo excelente, mas tenho que destacar a presença de Michael Sheen quase irreconhecível como o amigo pedante da noiva, a força que imana de Kathy Bates como Gertrude Stein, a masculinidade intensa de Corey Stoll como Ernest Hemingway e Adrien Brody como um inesquecível Salvador Dali. Uma última palavra para outra protagonista do filme, a cidade de Paris, aqui filmada com amor e carinho, a fazer lembrar o AMELIE.

É bom saber que Allen ainda tem dentro de si o talento e a força para nos dar filmes como este, onde o cinema se escreve com C grande. Classificação: 8 (de 1 a 10) 


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