Etiquetas

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

SWEET CHARITY – A RAPARIGA QUE QUERIA SER AMADA de Bob Fosse


Graças às fantásticas sessões da meia-noite que se faziam nos anos 70/80, poucas semanas depois de ter visto o CABARET, vi pela primeira vez este musical de Bob Fosse no extinto cinema Apolo 70. Confirmando assim que Fosse era sem duvido um génio do musical.

Claro que esta SWEET CHARITY não estava ao nível do CABARET, mas ainda assim era e é uma grande comédia musical repleta de números inesquecíveis. Mais que um grande realizador, Fosse era um coreógrafo original e genial, capaz de nos dar momentos musicais verdadeiramente brilhantes. Neste filme, ele dá-nos algum do seu melhor trabalho: “Rich Man’s Frugs” é simplesmente delicioso, “Big Spender” inesquecível e “If My Friends Could See Me Now” um grande e divertido momento para Shirley MacLaine.

Caso não saibam, este filme é a adaptação cinematográfica de um musical que Fosse dirigiu na Broadway, que por sua vez era uma adaptação do filme “Le Notti di Cabiria” de Federico Fellini. As fabulosas canções foram escritas por Cy Coleman e Dorothy Fields; para além das já mencionadas, adoro “I’m a Brass Band” e “I Love to Cry at Weddings”.

Este é dos poucos filmes onde a grande MacLaine teve hipótese de mostrar todos os seus talentos. Aqui, para além de uma forte interpretação dramática/cómica, ela também canta e dança, dando-nos uma das suas melhores interpretações. Ela é acompanhada por um bom elenco onde se destaca Sammy Davis Jr. com o divertido e muito 60s “The Rhythm of LIfe”, Ricardo Montalban como uma estrela de cinema e, uma verdadeira estrela da Broadway, Chita Rivera.

Para terminar, um pequeno episódio que me aconteceu na noite em que vi o filme. Quando saímos (fui com os meus pais e avó) descobrimos que o nosso carro tinha sido assaltado. Depressa se chegou à conclusão que não tinham levado nada e ficámos, nervosos, mas mais descansados. Na viagem para casa a minha avó lembrou-se de dizer algo do tipo “uma vez que não levaram nada, espero que não tenham posto nada no carro” e eis que a minha fértil imaginação (tinha 14 anos) leva-me a pensar que eles podiam ter deixado uma bomba no carro. Resultado, comecei a ter umas fortes cólicas e tive que ir para as urgências do hospital. Não eram gazes, mas sim uma pilha de nervos que se alojou na minha barriga e que só passou com uma injecção que me pôs a dormir.
Lembro-me do meu pai dizer ao médico que tínhamos ido à sessão da meia-noite ao cinema, o que levou ele a pensar que eu tinha ficado naquele estado por ter visto algum filme de terror. Mas eu depressa lhe disse que tinha sido um musical, um que ainda hoje gosto de rever.

Os cartazes que vos deixo aqui são da estreia em 1970.


1 comentário: