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domingo, 20 de novembro de 2011

A PELE ONDE EU VIVO (La Piel que Habito) de Pedro Almodóvar


Um cirurgião plástico cria uma pele sintética, resistente a qualquer tipo de estrago. Ele experimenta a mesma numa jovem mulher, que é sua prisioneira e alvo de uma misteriosa obsessão.

Não é muito fácil uma história surpreender-me, mas quando o faz o filme sobe sempre na minha consideração. É isso acontece aqui e percebo perfeitamente o que levou Almodóvar a adaptar este livro de Thierry Jonquet ao cinema. Não quero nem devo revelar muito sobre o que se passa na mansão do cirurgião, mas acreditem que os factos nunca me passaram pela cabeça. É verdade que senti a falta das personagens excêntricas que costumam habitar os filmes deste realizador, bem como dos seus divertidos diálogos, mas este é um Almodóvar diferente. Como alguém já disse, o filme parece mais uma obra do David Cronenberg do que deste realizador espanhol; tal como acontecia em MATADOR, Almodôvar aproxima-se do cinema de terror, aqui numa abordagem mais clínica e limpa.

Quanto ao elenco, como o cirurgião, António Banderas está mais sério do que é costume e convence-nos com as obsessões do personagem. Como a sua prisioneira, a bonita Elena Anaya vive a “pele” da sua personagem e a veterana Marisa Paredes é excelente como a governanta. Em papéis mais secundários, os jovens Jan Cornet e Blanca Suárez vão bem e Roberto Álamo é um lascivo “tigre”

Para mim este é o melhor filme de Almodóvar dos últimos anos, mas pode ser uma decepção para os fãs da sua obra, pois é completamente diferente daquilo a que ele nos tem habituado. Classificação: 8 (de 1 a 10)


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