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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

TRÊS FILMES, TRÊS CASOS DA VIDA REAL

Depois de uma ausência de alguns meses (até tenho vergonha de dizer quantos) decidi voltar ao meu blog e recomeçar a escrever as minhas opiniões (não gosto de lhes chamar críticas) dos filmes que vou vendo pelos nossos cinemas.

Comecei o ano com um filme de terror (sobre este escreverei em breve no meu blog JORGE’S DARK PLACE) e continuei com três filmes baseados em histórias reais. Dois deles são dramas revoltantes e o outro uma comédia dramática supostamente emocional.

DARK WATERS – VERDADE ENVENENADA (Dark Waters) de Todd Haynes Classificação: 8 (de 1 a 10) 

Um advogado habituado a defender as grandes empresas, vê-se a braços com um caso em que uma dessas empresas é acusada de andar a poluir uma localidade americana. Contra tudo e todos, ele decide expor o caso, pondo em risco a sua carreira e a sua vida pessoal.
Porra! Depois de ver este filme nunca mais vou olhar para o teflon da mesma maneira; nunca me passou pela cabeça que os produtos usados no seu fabrico podiam ser tão perigosos para a saúde de todos nós. Mas é isso que Todd Haynes nos revela neste drama intenso, que nos dá a volta ao estômago. A ganância pelo dinheiro é uma coisa incrível e, quase sempre, perigosa ou mesmo criminosa.
No papel do advogado um cheinho Mark Ruffalo dá-nos uma das suas melhores interpretações ao lado de um elenco de luxo, onde todos defendem bem os seus papéis com destaque para Anne Hathaway, Tim Robbins, Bill Camp, Mare Winningham, Bill Pullman e Victor Garber. A não perder!


O CASO RICHARD JEWELL (Richard Jewell) de Clint Eastwood Classificação: 7 (de 1 a 10)

Durante os Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, um segurança alerta para a possibilidade de uma bomba, salvando assim várias vidas. Na sua urgência de encontrarem um culpado, o FBI e a imprensa voltam-se para o pobre segurança, transformando-o de herói em acusado.
O realizador Clint Eastwood sabe como contar uma história e é um excelente diretor de actores; o resultado é um drama factual, por vezes quase documental, e sufocante. Eastwood consegue transformar o irritante e doentio Richard Jewell (Paul Walter Hauser é uma revelação como Jewell) num personagem que vai ganhando a nossa simpatia, criando assim um laço emocional entre ele e nós, meros espectadores. A forma como o FBI e a imprensa trata o caso é revoltante e demonstra bem como uma notícia pode dar cabo da vida de uma pessoa inocente.
Para além de Hauser, o filme tem excelentes interpretações de Sam Rockwell, Olivia Wilde, Jon Hamm, Nina Arianda e de uma comovente Kathy Bates como a mãe de Jewell. Recomendo!

A DESPEDIDA (The Farewell) de Lulu Wang Classificação: 4 (de 1 a 10)

Quando uma família chinesa descobre que a sua avó vai morrer dentro de pouco tempo, decidem não lhe dizer que ela tem um cancro maligno e arranjam um casamento à pressa para poderem reunir a família toda sem ela desconfiar de nada.
A premissa é deliciosa e prestava-se a ser uma boa comédia com um grande coração, que facilmente me poderia pôr a chorar, e se eu gosto de chorar no cinema! Infelizmente, apesar de ser interessante e de me ter feito dar algumas boas gargalhadas, a realizadora Lulu Wang arrasta a acção por longos planos estáticos e com sequências que parecem intermináveis e sem graça, como todo o casamento. 
Shuzhen Zhao é uma avó querida e cheia de genica, quanto a Awkwafiuna, que ganhou aqui o Globo de Ouro de Melhor Actriz de Comédia, não me conquistou como a sua neta preferida. Não posso gostar de todos os filmes que vejo, certo? Mas o filme tem muitos fãs, portanto o defeito deve ser meu.

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