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domingo, 29 de dezembro de 2013

TAL PAI, TAL FILHO (Soshite Chichi Ni Naru) de Hirokazu Koreeda

Um casal rico com um filho de 6 anos recebe a notícia perturbadora de que o filho na realidade não é deles. O miúdo foi trocado na maternidade e só agora é que o hospital deu pelo facto. O seu filho verdadeiro vive no seio de uma família pobre e os dois casais deparam-se com o dilema de dever ou não trocar as crianças.

O assunto prestava-se a ser transformado numa lamechice de fazer chorar as pedras da calçada, mas o realizador Hirokazu Koreeda aborda o assunto de uma forma séria e dá-nos um retrato angustiante de uma situação que, imagino, deve ser insustentável para qualquer pai. Estamos perante um filme que levanta algumas questões morais, sendo a mais evidente a comparação entre os laços de sangue e os laços emocionais. A grande questão é se é possível amar-se uma criança que foi criada por nós, mas que na realidade não é nossa.

O contraste entre as duas famílias está bem construído tanto ao nível material como espiritual. De certa forma, Koreeda diz-nos algo que todos sabemos, dinheiro não dá felicidade; talvez por isso senti que o seu coração está com a família pobre. Outra coisa que achei curioso é o facto de na família pobre ser a mulher que está no comando, enquanto a esposa rica é uma mulher submissa ao seu marido.

A família rica é interpretada por Masaharu Fukuyama (o pai), Machiho Ono (a mãe) e Keita Ninomiya (o filho); a pobre interpretada por Lily Franky (o pai), Yoko Maki (a mãe) e Shogen Hwang (o filho). Todo este elenco, bem como os secundários, habita as suas personagens com convicção e todos nos dão boas interpretações. Por razões óbvias destacam-se os dois pais, Fukuyama sério e responsável, Franky divertido e despreocupado.


Achei a história muito interessante e gostei das opções do realizador, mas achei o filme demasiado longo e por vezes um pouco parado de mais para o meu gosto. Classificação: 6 (de 1 a 10)



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