sábado, 8 de junho de 2013

THE MONKEY de Franz Kafka


Uma macaca humanizada discursa perante uma Academia de Ciências, contando a história que a levou da selva aos palcos do music-hall.

Baseado num texto de Franz Kafka intitulado “Um Discurso para uma Academia”, esta peça é uma comédia sobre a condição humana e sobre o conceito da liberdade. Dito assim parece que estamos perante uma daquelas “intelectualices” chatas, mas muito pelo contrário. Com uma encenação simples de John Mowat e um cenário praticamente despido, o que temos aqui é uma peça que flui sem quebras, onde o humor está sempre presente e que, praticamente a brincar, nos põe a pensar em coisas sérias, mas nunca caindo na moralidade.

 A dar vida a esta macaca temos uma espantosa Maria Vasconcelos. Esta jovem actriz é, infelizmente, um dos segredos mais bem guardados do teatro português. De uma versatilidade incrível, ela consegue criar uma empatia imediata com o público, que facilmente se rende ao seu enorme talento. Nesta peça ela é simplesmente genial, saltando espontaneamente do registo da macaca humana, sexy e snob, para o registo da macaca animalesca. A forma como ela interpreta este texto de Kafka é simplesmente notável!

Anteriormente, tive o prazer de ver Maria Vasconcelos como uma palhaça na peça infantil MI CASA ES TU CASA e como uma portuguesa por terras do Brasil em GAROTA PORTUGA PROCURA; em ambas as peças ela revelava ser uma actriz muito expressiva e de grande fisicalidade. Mas neste THE MONKEY ela transforma-se numa verdadeira estrela e só espero que o público tenha o prazer de a descobrir.

Adorei a hora que passei na presença desta grande actriz e aconselho vivamente a não perderem esta peça. Está em exibição num espaço teatral um bocadinho obscuro; chama-se Inimpetus e fica muito perto do Centro Comercial das Amoreiras. Que o facto de terem de entrar por uma garagem não vos assuste, pois lá dentro espera-vos um bom auditório. Por isso deixem-se seduzir pelo brilhante poster desenhado por Luís Covas e aceitem o convite para ver THE MONKEY, que eu acredito ser um dos momentos altos da temporada teatral!


2 comentários:

  1. Tenho o privilégio de a Maria ter ido ao meu grupo de teatro Bescénio.Toda ela respirava teatro, sonhava teatro. Fez uma ânia maravilhosa no "Cerejal" de Tchekov. Hoje vou matar saudades.

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  2. Infelizmente não a vi no CEREJAL, mas não duvido que ela fosse maravilhosa. Ela continua a respirar e a sonhar teatro e tenho a certeza que vai gostar de matar saudades.

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